MC 2: A ARTE DO "PODER" DAS PERGUNTAS INTELIGENTES NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: A RIQUEZA DO CONTATO COM UMA ATITUDE FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL NA CONSCIENTIZAÇÃO DESTE PROCESSO

Autores/as

  • Magda Baetta
  • Priscila Gentil Epel

Resumen

MC 2: A ARTE DO "PODER" DAS PERGUNTAS INTELIGENTES NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: A RIQUEZA DO CONTATO COM UMA ATITUDE FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL NA CONSCIENTIZAÇÃO DESTE PROCESSO Magda Baetta Priscila Gentil Epel RESUMO O curso tem como objetivo a proposta de fazer contato com uma metodologia dialógica que embasa a Gestalt-terapia explorando a criatividade do "entre" através de intervenções inteligentes que se desenvolvem no processo de orientação profissional. Palavras-chave: Orientação Profissional, Processo Dialógico, Gestalt-Terapia PROPOSTA A Gestalt-terapia, desde seu início, destaca o tratamento usando a presença ativa do terapeuta como seu instrumento principal e o diálogo como mediador deste processo. A abordagem dialógica é uma forma de contato especializada. Segundo Yontef (1998), “Três princípios definem a Gestalt-terapia. Princípio Um: A Gestalt-terapia é fenomenológica; o seu único objetivo é a awareness e a sua metodologia é a da awareness. Princípio Dois: A Gestalt-terapia baseia-se totalmente no existencialismo dialógico, isto é, no processo de contato/afastamento Eu-Tu. Princípio Três: O fundamento conceitual da Gestalt-terapia ou a visão de mundo gestáltica baseiam-se no holismo e na teoria de campo.” (p. 234) O foco do trabalho do orientador profissional, sustentado na abordagem gestáltica, é na escolha responsável, a partir da conscientização dos recursos, das possibilidades e dos limites do indivíduo. O sujeito na orientação profissional vivencia a dificuldade de escolher não por limitação, mas porque o desenvolvimento do processo de auto realização está interrompido. Este aprendizado se dá por meio de uma interação com o orientador, que se utiliza do processo dialógico como metodologia e propicia a conquista dos resultados esperados pelo orientando. Neste contexto, a capacidade de auto realizar-se – construção da identidade profissional - muitas vezes mostra-se impedida por referências familiares, pressões sociais, desconhecimento de si e do mundo profissional. O processo de orientação profissional permite o restabelecimento da homeostase - auto-regulação - oferece um espaço para conscientizar-se de suas identificações, contatar seus valores, habilidades, interesses, aptidões, preferências e informar-se a respeito do meio ocupacional. A teoria que embasa o processo da relação dialógica na Gestalt-Terapia é a filosofia de Martim Buber. Cada ser humano tem uma maneira própria de processar o conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo. Citando Yontef, “Um diálogo existencial é o que acontece quando duas pessoas se encontram como pessoas, em que cada pessoa é “impactada por” e “responde ao outro”, Eu e Tu.” (p.234 e 235) Esta formatação de encontro permite tomar ciência de seus próprios processos de pensamento e a se autoregular, entender seus padrões mentais e a otimizá-los para gerar mudanças e melhores resultados. Assim, é importante salientar que, na abordagem dialógica da Gestalt-Terapia existe características do contatar no relacionamento dialógico Eu-Tu que embasa o desenvolvimento de intervenções plausíveis com o trabalho de orientação profissional. Yontef (1998) destaca estas características descrevendo: “...o relacionamento forma-se em torno da tarefa de realçar a awareness necessária para a Auto-Regulação Organísmica. O contato, para o Gestalt-terapeuta, é moldado na relação Eu-Tu.” “... A abordagem dialógica exige que o terapeuta aborde o paciente com carinho, direta, aberta e atenciosamente.” “...Atenção é uma qualidade que pertence a, e é apenas eficaz como parte do processo de contato. É uma qualidade de verdadeiramente ir ao encontro da pessoa como pessoa. É mais que um sentimento ou fazer algo pelo paciente, é um processo entre pessoas.” (p. 251) Como o dialógico é a exploração do “entre”, esta metodologia dialógica é uma postura em relação à existência humana, uma experiência mútua de estar em relação com a pessoa, um processo que nunca está acabado. E entender esta metodologia requer compreender certos conceitos que serão apresentados no curso. Segundo Hycner (1995): “A dimensão do inter-humano manifesta-se no evento relacional – o diálogo – entre pessoas. Para Buber, o significado do inter-humano “...náo será encontrado em qualquer um dos dois parceiros, nem nos dois juntos, mas somente no diálogo entre eles, no entre que é vivido por ambos.”(1965b, p.75). Sua realidade é maior que cada um dos indivíduos envolvidos. É também maior do que a soma total dos dois indivíduos. Ambos os aspectos são parte de uma esfera mais ampla – o inter-humano. Tanto o individual quanto a relação estão contidos na esfera do entre.” (p. 23) Portanto, o objetivo central do nosso trabalho é, através de nossa experiência, fruto de alguns anos como gestalt-terapeutas e orientadoras profissional, possibilitar no exercício de técnicas do processo de orientação profissional, o aprendizado dessas características tão necessárias à construção de perguntas inteligentes na prática do processo dialógico da orientação profissional. Cremos que a pergunta trata-se de um indagar sobre os reais apelos humanos na busca do sentido da sua existência, ao encontro do sentido do ser, do sentido do sentido. Este pensamento nos auxilia a compreender o significado da relação dialógica, como essência humana, onde a possibilidade de pensar a singularidade do vivido se expressa como realização na práxis existencial. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação Vocacional: A estratégia clínica. SP: Martins Fontes, 1998. BUBER, Martin. Eu e TU. Trad. N. Aquiles Von Zuben. SP: Centauro, 2001 HYCNER, R. De Pessoa a Pessoa: Uma Psicoterapia Dialógica. São Paulo: Summus, 1995. LEVENFUS, Rosane Soares & Cols. Psicodinâmica da Escolha Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. LUCCHIARI, Dulce H. P. S. (Org) Pensando e Vivendo a Orientação Profissional. SP: Summus, 1993. YONTEF, Gary M. Processo, Diálogo, Awareness: Ensaios em Gestalt-Terapia. SP: Summus, 1998.

Publicado

2014-07-29