WR 5: GRUPO COMO POSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO: LIDANDO COM PRECONCEITOS E FALTA DE (IN)FORMAÇÃO

Autores

  • Márcia Estarque Pinheiro
  • Marcelo Pinheiro

Resumo

WR 5: GRUPO COMO POSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO: LIDANDO COM PRECONCEITOS E FALTA DE (IN)FORMAÇÃO Márcia Estarque Pinheiro Marcelo Pinheiro da Silva RESUMO Em consonância com o eixo temático do congresso “A gestalt-terapia se transformando com o mundo” este trabalho está voltado para a reflexão e discussão sobre a riqueza do atendimento de grupo, e a falta de (in)formação dos gestalt-terapeutas cariocas sobre esta modalidade de trabalho do psicólogo clínico. Palavras chave: Grupo. Gestalt-Terapia. Psicoterapia. PROPOSTA É amplamente divulgada entre os profissionais de psicologia a incompatibilidade entre o número de pessoas que necessitam de atendimento psicológico e o número de profissionais disponíveis para realizá-lo dentro dos parâmetros financeiros de considerável parte da população do Rio de Janeiro. É muito grande a procura por centros de atendimento psicológico de baixo custo (SPA de Universidades, Institutos de ensino em psicologia e clínicas populares) ou gratuitos (SUS) e, em paralelo, o número de vagas para este atendimento é muito reduzido. Cabe destacar aqui que a busca por atendimento psicológico no Rio de Janeiro ainda se concentra quase exclusivamente, na amostra desta autora, dentro de um modelo tradicional, isto é, um psicólogo atendendo um cliente em um tempo de 50 minutos. Este contexto se dá apesar de o trabalho em grupos ter inúmeras vantagens em relação ao atendimento individual, além das vantagens financeiras como bem ressalta Boris, 2007, pg. 181: “Entretanto a economia do trabalho grupal não se limita ao seu preço, geralmente mais barato, mas ao fato de poder mais facilmente ser usufruído por um maior número de pessoas e de tratar de questões mais amplas e compatíveis com a realidade sociocultural. Sua ineficiência e superficialidade também são questionáveis, dependendo da disponibilidade dos participantes grupais de se aprofundar em suas questões e da habilidade facilitadora e cooperativa do psicoterapeuta. A profundidade da psicoterapia grupal requer maior confiança, tempo e habilidade, pois lidamos com as atualidades dos vários participantes.” O trabalho em grupo é um recurso muito útil para várias situações de atendimento, mas não para todas. O psicólogo deverá observar a possibilidade de acompanhar de perto casos mais graves individualmente. “(...) os grupos como comunidades de aprendizagem cooperativa não são uma panacéia para todos os males.” (Bóris, 2007. pg. 183) A Gestalt-terapia é uma abordagem que conta com conceitos que são extremamente coerentes e consistentes para o trabalho com grupos. Dentre vários destaco as noções de contato, fronteira de contato, awareness, campo e, principalmente o embasamento fenomenológico. Minha reflexão parte deste ponto para tentar compreender o que acontece que o recurso de grupo terapêutico não aparece como possibilidade tanto para a clientela – que na maioria das vezes nem conhece este recurso – e muito menos para os psicólogos que na maioria das vezes também apresentam desconhecimento técnico e preconceitos em relação a esta modalidade de atendimento. Grande parte dos psicólogos sequer se dispõe a conhecer sobre o tema, muito menos se abrem para o aperfeiçoamento nesta modalidade de atendimento. Ao lado desta visão, muitas vezes superficial e ingênua, desta modalidade de atendimento psicológico, é observada também certa dificuldade de inserção e manutenção no mercado de trabalho pelos psicólogos. Esta dificuldade muitas vezes é atribuída por estes profissionais a uma falta de clientes em seus consultórios. Alguns atribuem à dificuldade financeira dos clientes como impasse para a continuidade do tratamento. Interessante ressaltar que a grande maioria destes profissionais sequer cogita a possibilidade de um atendimento em grupo como um recurso para viabilizar a continuidade do tratamento dos seus clientes que vivem esta situação, por não terem ideia da riqueza desta modalidade de atendimento. Este contexto traz inquietações e motiva a busca por reflexões sobre esta realidade no sentido de ampliar recursos para o desenvolvimento do psicólogo. O presente trabalho conta com uma breve apresentação em powerpoint de pontos disparadores para uma discussão ampla. Estes pontos foram escolhidos a partir da prática clínica com grupos desde 1998 e da experiência como formadores de gestalt-terapeutas desde 2002; Divisão em pequenos grupos para debate mais aprofundado de perguntas disparadoras escolhidas a partir da troca entre o coordenadores do mini-curso e posterior troca no grupo mais amplo sobre os debates dos pequenos grupos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORIS, Georges Daniel Janja Bloc – PSICOTERIA DE GRUPO E WORKSHOP In:Dicionário de Gestalt-terapia: Gestaltês - D´Acri, Gladys. Lima, Patrícia. Orgler, Sheila. São Paulo : Summus, 2007, p.180-184

Publicado

2014-07-29