MC 13: HISTÓRIAS FAMILIARES DENTRO DA TERAPIA INDIVIDUAL: MÉTODO E TÉCNICAS FENOMENOLÓGICAS - COMO INCLUIR O TRABALHO COM A FAMÍLIA NUMA TERAPIA INDIVIDUAL

Autores

  • Sandra Salomão

Resumo

MC 13: HISTÓRIAS FAMILIARES DENTRO DA TERAPIA INDIVIDUAL: MÉTODO E TÉCNICAS FENOMENOLÓGICAS - COMO INCLUIR O TRABALHO COM A FAMÍLIA NUMA TERAPIA INDIVIDUAL Sandra Salomão RESUMO Este curso visa propiciar novos conhecimentos sobre o trabalho com temas familiares em terapia individual e procura ampliar a visão sistêmica e relacional da gestalt-terapia. O programa foi elaborado com um objetivo prioritariamente prático e visa desenvolver a percepção sobre temas emocionais do sistema familiar que estão impactando o desenvolvimento individual do cliente e indicar caminhos para o trabalho terapêutico ao colocar a dimensão com a família como uma relação figura e fundo. Palavras chave do trabalho são: família, terapia individual, técnicas. PROPOSTA Este curso visa propiciar novos conhecimentos sobre o trabalho com temas familiares em terapia individual e procura ampliar a visão sistêmica e relacional da gestalt-terapia. Objetivos O programa foi elaborado com um objetivo prioritariamente prático e visa desenvolver a percepção sobre temas emocionais do sistema familiar que estão impactando o desenvolvimento individual do cliente e indicar caminhos para o trabalho terapêutico ao colocar a dimensão com a família como uma relação figura e fundo. Justificativa do trabalho Muito frequentemente na psicoterapia individual não é possível contar com a presença da família ou em outros casos o terapeuta não possui formação em terapia familiar e por isso não é tão sensível a necessidade de identificar as questões que precisam ser trabalhadas através dos atravessamentos do campo familiar presente no aqui e agora do cliente. Também é preciso um instrumental mais específico para abordar as situações cristalizadas ou inacabadas do cliente que pertencem a uma autorregulação familiar. As modalidades de existência na família de origem bem como o lugar emocional ocupado na família de origem são em geral gestalten cristalizadas que geram as repetições realizadas na família atual e nas relações afetivo emocionais, nas parcerias de trabalho, nas relações sociais. Há no material relacional familiar uma gestalt que contribui para a manutenção de disfunções de contato com a própria família, nas demais relações e na linha existencial pessoal. Muitos temas terapêuticos estão vinculados a histórias e a relação familiar em função da missão familiar da cada indivíduo. Não só a reprodução dos modelos parentais mas também as modalidades de contato vigentes na família de origem ou o papel vivido na estrutura da família atual ou nas relações de casal estão vivos no aqui e agora da sessão individual. Nem sempre o terapeuta dimensiona a força dessa presença nas questões trazidas pelos clientes ou quando a percebe não possui recursos pessoais ou técnicos para dotar de efetividade a sua intervenção terapêutica. Para além do dar-se conta emocional pessoal é fundamental o dar-se conta de si no sistema familiar e seu compromisso pessoal energético com a homeostase familiar. Os conceitos da gestalt-terapia são noções relacionais e é preciso, portanto, perceber: a) a teia de relacionamentos entre os mitos pessoais e os mitos familiares; b) a narrativa pessoal no enredo das narrativas familiares; c) as histórias geracionais e a organização do campo emocional do cliente; d) as suas relações emocionais com a família que estão presentes no campo da vida pessoal e na sessão terapêutica. e) Situações inacabadas intergeracionais. A gestalt familiar apresenta um desenho da organização emocional que evidencia a trajetória dos eventos verticais na linha do tempo que ainda estão presentes do campo do cliente. Isso implica que a perspectiva horizontal da linha da sua vida e do seu desenvolvimento não permite que as pessoas narrem determinadas questões, uma vez que estas já se constituíram para elas como parte do tecido familiar. Também os terapeutas não formados em terapia de família se tornam menos sensíveis à possibilidade da presença de temas clássicos como mitos familiares, cultura da família e da história de migração e imigração, parentificação, baixa diferenciação, lugar na constelação familiar, questões de gênero e cultura familiar, estressores familiares verticais tais como segredos familiares, lealdades, acidentes e mortes, congelamento do tempo familiar, legados e dívidas, dentre outros temas familiares recorrentes. Há uma série de conceitos de fundo que são mais desenvolvidos e tematizados na gestalt-terapia com famílias e também uma série de técnicas que possibilitam a percepção e o contato com temas familiares que estão permeando as questões do cliente. Em termos metodológicos, a awareness da dimensão familiar é fundamental para descoberta de como aplicar a teoria paradoxal da mudança e como facilitar o processo do cliente para que ele possa empreender novos ajustamentos criativos que lhe permitam maior liberdade na sua linha de desenvolvimento pessoal, que pode ser retomada ou melhor desenvolvida. Para finalizar, apresentar esse trabalho implica em indicar uma metodologia específica para o diagnóstico da dimensão da presença de enredos familiares nas dificuldades do cliente e um instrumental adequado para o tratamento de questões que são melhor trabalhadas na articulação com esses temas. Serão apresentadas cinco técnicas desenvolvidas para o trabalho individual ou em grupo não familiar: “O genograma mítico”, “O genograma das situações inacabadas”, “A família de bonecos”, “O filme da família” e “Imagem e ação na família”. Metodologia: as técnicas serão vistas na prática através de demonstração com voluntários e será possível observar um trabalho fenomenológico a partir do emprego de técnicas. Será apresentada a base teórica segundo a qual cada teoria foi construída. Público alvo É indicado para quem deseja aperfeiçoar conhecimentos teóricos, técnicos e pessoais sobre temas familiares que configuram e mantém cristalizadas as dificuldades dos clientes e dos terapeutas no trabalho da terapia individual ou em terapia de grupo. BIBLIOGRAFIA McGOLDRICK, MONICA (1995) As mudanças no ciclo de vida familiar – Porto Alegre, RS, Ed. Artes Médicas SALOMÃO, SANDRA in GROISMAN, MOISÉS (2003) org. Além do Paraíso – Perdas e Transformações na Família. cap: Perdas, Situações Inacabadas e Reconstruções – Uma Contribuição da Terapia Familiar Sistêmica à Gestalt-Terapia. RJ: Núcleo Pesquisas, SALOMÃO. S. in LADVOCAT,CYNTHIA. Psicologia,Campo de atuação, teoria e prática. 2010,Booklink. ZINKER, C. JOSEPH (2001) A Busca da Elegância em Psicoterapia - SP. Ed. Summus Editorial.

Publicado

2014-07-29