AINDA ESTOU AQUI? SOFRIMENTO ANTROPOLÓGICO NO PROCESSO DE ENVELHECER EM GESTALT-TERAPIA

Autores

  • Emiliana Oro Brandão Unisul

Palavras-chave:

gestalt-terapia, Inclusão social, Psicoterapia no envelhecimento

Resumo

Introdução: As relações transgeracionais na contemporaneidade estão cercadas de dilemas e contrastes. Com o aumento da expectativa de vida, muitas residências familiares estão sendo habitadas por três e até quatro gerações, com isso, as Instituições de Longa Permanência de Idosos – ILPI acabam sendo um recurso muito utilizado. Por outro lado, sujeitos são retirados de suas casas, de seus lares e da convivência familiar e de amigos. Novos desafios são impostos e o processo de ressignificação das novas formas de vida, muitas vezes acabam gerando sofrimento em demasia. Objetivos: Caracterizar e descrever intervenções em Gestalt-terapia que promovam a inclusão de idosos residentes em ILPI, em atividades diárias, bem como, em convivência entre os moradores, cuidadores, demais profissionais e familiares, promovendo o resgate da cidadania e acolhimento aos pedidos e desejos que foram cerceados durante o processo de envelhecimento. Relevância: A relevância da pesquisa em andamento está fundada em dados publicados por Secretarias de Saúde Municipais que relevam um número alarmante de idosos medicados com antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e medicamentos da classe dos hipnóticos, os quais são prescritos sem acompanhamento psicoterápico e utilizados como única forma de alívio para sintomas de tristeza, apatia, agressividade, agitação motora ou quaisquer comportamentos que não se encaixem nos padrões normativos vigentes. Desta forma, a pesquisa se dedica a realizar a diagnose, através da clínica ampliada, de modo a localizar nos idosos sinais e sintomas de sofrimento antropológico, os quais poderão ser acolhidos e receberem a intervenção adequada dentro dos preceitos da Gestalt-terapia. Articulação com o eixo temático do congresso: Muitas mudanças tecnológicas são experimentadas nas últimas décadas, as quais trazem melhores condições de vida, vacinas que erradicam doenças e previnem de muitas outras, a evolução da medicina de modo geral, bem como, as estruturas dos grandes centros urbanos que estão melhorando suas condições de saneamento e atendimentos aos vulneráveis. Por outro lado, essas inovações trazem impactos que podem ser experimentados com muita intensidade por pessoas que tenham 60 anos ou mais, consideradas idosas. A Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que até o ano de 2050 teremos mais de 2 bilhões de idosos no mundo, sendo que destes, 80% estarão localizados nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Neste sentido, as relações transgeracionais estarão submetidas a maiores desafios, principalmente relacionados aos cuidados com os mais velhos. Metodologia: A pesquisa em andamento caracteriza-se por estudo exploratório, com revisão bibliográfica e abordagem de dados qualitativa. Para que a pesquisa avance para a fase de entrevistas, será submedida ao Comitê de Ética em Pesquisa e, sendo aprovada, estará restrita aos sujeitos que preencherem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Principais conclusões: O sofrimento antropológico traz a dimensão social impactando diretamente na subjetividade, produzindo consequências que maculam, escravizam e perturbam mentes e corpos. Acredita-se que o presente estudo, possa contribuir de modo a instrumentalizar Gestalt-terapeutas nos atendimentos a idosos, especialmente aos residentes em ILPI e que estejam em sofrimento antropológico.

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Publicado

2025-09-22