O que é Psicoterapia Estratégica?
E sua inserção no Serviço de
Psicologia Aplicada (SPA) da UERJ.
Celso
Lugão da Veiga.
01
de maio de 2004.
ABSTRACT:
What it is Strategical Psycotherapy?
The history of the
strategical psycotherapy sends to the names of Milton Erickson, Gregory Bateson
(the Bateson Project, of 1952), Don Jackson and Mental Research Institute, established in 1958, as well as the
ones of Jay Haley, S.Minuchin, B. Montalvo and C. Madanés.
To weave the history of the strategical psycotherapy
would exceed the intention of this article; the interested reader can explore
the subject in M. Elkaïm(1998).
But after all, what it is strategical psycotherapy
and as it is taught in the SPA of the UERJ? According to J. Haley (1991),
strategical psycotherapy is any type of therapy where the therapist initiates
what it happens during the therapeutical process, creating a specific methodology
to approach each problem of the clinical case in question. Of this form, this
methodology will include a set of destined techniques to decide the problems;
if this does not occur the therapist must reevaluate its strategy until finding
a strategy adequate that has led of the conflict for the solution. Ahead of
everything this fits to the strategical psychotherapist to study very, to make
innumerable specializations, therefore thus it will have ability to use an
armory of techniques in favor of the resolution of the problems. One notices
therefore that the taught strategical psycotherapy in the SPA of the UERJ, is a
style that goes beyond the model considered for J. Haley (1979,1991,1993,1998)
and C. Madanés(1997), but in summary harmonizes in relation the central idea of
that it has a set of hypotheses on the maintenance of the problem and a set of
interventions that are thought in favor of the therapeutical change.
This model of performance, in terms of
the Philosophy of Science, either perhaps next to a metateoria (critical study
of the theories) of that a particular theory, but this already is another
subject.
Celso
Lugão da Veiga
Psychologist/Supervisor in strategical
psycotherapy/Professor of psychology (UERJ).
A história da psicoterapia estratégica
remete aos nomes de Milton Erickson, Gregory Bateson (O Projeto Bateson, de
1952), Don Jackson e o Instituto de Pesquisa Mental (MRI-Mental Research
Institute),fundado em 1958, bem como os de Jay Haley, Salvador Minuchin,
Bráulio Montalvo e Cloé Madanés.
O período entre 1952 e 1967 foi
dedicado mais a pesquisa sobre a terapia do que a sua prática; enquanto que, de
1967 a 1973, o grupo de Filadélfia, composto por B. Montalvo, J. Haley e S. Minuchin,
criou um modelo de intervenção e também de formação de terapeutas. Sendo que,
em 1975, C. Madanés e J. Haley fundaram o Instituto de Terapia Familiar, em
Washington. De lá para cá esta
abordagem tem inspirado uma série de terapeutas e instigado um amplo debate
sobre a prática das psicoterapias.
Entretanto, tecer a história da
psicoterapia estratégica ultrapassaria o propósito deste artigo; o leitor
interessado pode explorar o tema em M. Elkaïm (1998).
Mas afinal, o que é
psicoterapia estratégica e como ela é ensinada no SPA da UERJ ?
Segundo J. Haley (1991),
psicoterapia estratégica é qualquer tipo de terapia onde o terapeuta inicia o
que acontece durante o processo terapêutico, criando uma metodologia específica
para abordar cada problema do caso clínico em questão.
Desta forma, esta metodologia
incluirá um conjunto de técnicas destinadas a resolver os problemas; se isto
não ocorre o terapeuta deve reavaliar sua estratégia até encontrar uma
estratégia adequada que leve do conflito para a solução.
Portanto isto cria uma outra
indagação inerente ao campo pedagógico, em especial ao tema da formação
(supervisão) em psicoterapia, “o que” e “como” ensinar?.
Se “a terapia estratégica não é
uma abordagem particular ou uma teoria, mas um nome para os tipos de terapia
nos quais o terapeuta assume a responsabilidade de influenciar diretamente as
pessoas” (Haley, op.cit., p. 19), então quais seriam as tarefas de um supervisor?
Como seria possível ensinar aos interessados sobre este estilo de praticar a
psicoterapia?
Este foi um desafio, iniciado
em 1988, no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UERJ, quando da criação dos
estágios em psicoterapia estratégica pelo autor deste artigo, uma vez que sua
prática clínica se enquadrava perfeitamente neste estilo de praticar a terapia.
Inicialmente as supervisões
giravam em torno de casos clínicos que serviam como ilustrações da maneira de
agir, sobre os problemas, de um terapeuta estratégico. E, é claro, havia muita
indicação bibliográfica para enriquecer as demonstrações dos casos com as
devidas técnicas, as quais eram exercitadas também pelos supervisandos.
Com o passar do tempo, automaticamente,
foi criado um novo problema para o estagiário; devido a massa de informações
sobre psicoterapia que tinha que ser assimilada e utilizada, e ainda, na
maioria das vezes, com o pensamento influenciado pela era das escolas de
psicologia, muitos supervisandos
ficavam perdidos num mar de conhecimentos sem ter um astrolábio ou uma bússola
para se orientarem.
Percebendo-se isto, foram
utilizados cinco referenciais clínicos de um ponto de vista epistemológico,
assim os neófitos continuariam perdidos, mas agora teriam bússola e mapas...e
um supervisor para ensinar o seu uso. Assim, como em qualquer campo do
conhecimento, quanto mais dedicação maior seria o aprendizado.
Os referenciais clínicos
passaram a ser chamados de referenciais clínicos e epistemológicos, e seus
autores e abordagens específicas sempre mencionadas, afinal deve-se evitar a
criptomnésia (Merton,1979,p.73); logo, os referenciais clínicos ganhavam um
novo propósito, idealizado pelo autor deste artigo, servir de base pedagógica e
chave epistemológica para a abordagem estratégica.
A idéia básica de um
referencial clínico ser utilizado de uma perspectiva epistemológica é permitir
a organização de informações, sejam estas provenientes da anamnese do cliente,
sejam provenientes dos estudos teóricos sobre as técnicas oriundas das
diferentes abordagens psicológicas. Portanto, os referenciais permitem
organizar, e usar de forma coerente, técnicas da Gestalt Terapia, do
Psicodrama, da Análise Transacional, da Programação Neurolingüística, da EMDR ,
etc.
Partindo-se da premissa que a
ciência possui um contexto de descoberta e outro de validação, e que esta
migração de um contexto para outro é extremamente complexa em se tratando de psicoterapia,
deve-se, baseado na perspectiva pragmática que permeia este campo, pensar na
eficácia e na ética; ou seja, a questão filosófica da ética e a diretriz
pragmática da resolução dos problemas apresentados pelo cliente (eficácia da
terapia) devem estar sempre presentes na formação do psicoterapeuta.
Assim sendo, os referenciais
clínicos e epistemológicos funcionam como uma espécie de mapa sobre o qual
pode-se pensar em termos de diagnose e de prognose.
O diagnóstico organiza os
dados da anamnese e aponta na direção de técnicas e estratégias (metodologia)
para a resolução das queixas do cliente. Logo, auxilia na organização dos dados
estudados pelo terapeuta também.
O prognóstico será
justamente a combinação do conhecimento do terapeuta , diante do caso clínico,
forjando uma estratégia específica para os problemas encontrados a fim de
percorrer caminhos que levem às soluções.
Através do uso
epistemológico destes referenciais, o supervisando poderá exercitar alguns
atributos que se espera na formação de qualquer psicoterapeuta: flexibilidade,
organização, competência.
Ilustrando o que se declara
acima (para em seguida se falar dos referenciais de forma sucinta), poder-se-á
utilizar a metáfora de uma viagem: o que se faz quando se quer viajar?
Bem....há um ponto de partida e um ponto de chegada, devem existir obstáculos e
recursos para superá-los.
Em termos bem simples esta
metáfora ilustra um dos referenciais da Programação Neurolingüística para se
pensar sobre psicoterapia: há um estado atual...há também um estado desejado
pelo cliente (resolução do problema apresentado ao terapeuta)...obstáculos e
recursos. Se a queixa do cliente é uma fobia, apenas para ilustrar, este é seu
estado atual, seu estado desejado será viver sem aquela fobia. É importante
frisar aqui que o estado desejado deve ser formulado de forma positiva, no
sentido de algo que existe, por exemplo, se você, voltando à metáfora da viagem,
chegasse ao guichê de informações e dissesse que não quer ir à Búzios, não quer
ir à Teresópolis e também não quer ir a parte alguma...para onde você acha que
o funcionário te mandaria?!
Isto mesmo, como pessoa
treinada e educada para aquela função, ele começaria a fazer perguntas, criando
um clima amigável, com a finalidade de obter dados para poder orientá-lo em sua
ânsia de viajar.
Da mesma forma, alguns
clientes querem parar de ter fobia, querem parar de fumar, ou deixar de serem
esquizofrênicos...é a mesma analogia, o estado desejado deve ser um estado
positivo; quando você não tiver a fobia vai ter o que no lugar dela?
Assim, se eu moro no Rio
de Janeiro este é meu estado atual, o estado desejado não pode ser “não morar
no Rio de Janeiro”.
É claro que é preciso
que haja uma insatisfação com o estado atual para se nutrir a motivação para mudar, mas a meta é fundamental, é
preciso saber para onde se quer ir, como reconhecer o lugar, senão você pode
chegar ao local e continuar a viagem.
Logo, através dos
referenciais (mapas) o supervisando pode planejar a terapia (viagem); pode
pensar nos recursos necessários para alcançar um determinado objetivo, e nos
obstáculos que encontrará pela frente durante a viagem.
Portanto, como em uma
viagem, o destino (objetivo da terapia) é negociado entre as partes (terapeutas
e clientes), sendo que um bom guia turístico (o terapeuta) deve perceber os
limites de cada cliente e situação. Imagine um grupo de idosos querendo fazer
uma excursão para uma região montanhosa, cheia de trilhas íngremes e
escorregadias, com o objetivo de ver as cachoeiras !!!
Um objetivo para ser
alcançado necessita de um avanço estratégico, se você tem uma meta a ser
alcançada, certamente precisará chegar antes em outros lugares (submetas), e
sempre terá que reunir seus recursos para contornar os obstáculos.
Cabe lembrar também
que tudo está em transformação na Natureza, vida e morte coexistem, tudo é
mutável. Já dizia Vinicius de Moraes, “como é que dá para entender a gente mal
nasce e já começa a morrer”.
Decorre desta forma
de pensar o Universo, o entendimento de que um recurso e um obstáculo fazem
parte deste processo dinâmico, donde recursos podem se transformar em
obstáculos, e obstáculos podem vir a ser recursos.
Para ilustrar, uma bengala pode ser um recurso
para recuperar o movimento, mas pode virar um obstáculo impedindo o progresso de uma fisioterapia.
Portanto, em resumo,
cada um dos referenciais em psicoterapia é um mapa que ajuda o psicoterapeuta,
e por conseguinte o cliente, a pensar sobre como realizar a mudança
terapêutica.
Entende-se aqui,
então, que toda teoria é um referencial pois aponta (ou pelo menos tenta!)
caminhos para a solução do problema.
Baseado nesta
idéia, o autor deste artigo, propôs o aproveitamento de alguns referenciais
clínicos como epistemológicos.
Desta forma,
independente da era das escolas em psicologia, e até mesmo de uma abordagem
psicoterápica específica, seria possível atingir o argumento proposto por J.
Haley de que a terapia estratégica é um nome para todo tipo de abordagem pragmática
na qual o terapeuta assume a responsabilidade de criar uma estratégia específica
para promover as mudanças necessárias.
Assim, diante
destas várias questões, buscou-se na epistemologia das psicoterapias a chave
para iniciar a composição e a exposição do estilo psicoterápico do autor,
perfeitamente enquadrado nesta compreensão de se praticar a terapia.
Os referenciais
foram extraídos da Programação
Neurolingüística (PNL), da Terapia de Crise e da Terapia Não-Convencional.
Porém observe-se que o propósito deste
artigo seria por demais estendido caso se explanasse em detalhes cada conceito,
assim serão apenas fornecidos esboços de cada um dos referenciais.
Sobre o primeiro
referencial (estado atual – estado desejado, etc) muito já se ilustrou, então
passemos a segunda contribuição.
Esta surgiu da
sistematização das idéias de G. Bateson feita por R. Bandler e J. Grinder
(1984,1986), idealizadores da PNL. São os chamados cinco níveis lógicos que
podem servir tanto como meio de diagnosticar e prescrever o uso de técnicas
(finalidade original criada por Bandler e Grinder), quanto de chave
epistemológica para integrar as diferentes abordagens terapêuticas, sendo esta
finalidade percebida e atribuída pelo autor deste artigo. Assim dito ,
espera-se evitar a criptomnésia, conceito
que se refere à possibilidade de que as idéias estimadas e originais de
um cientista possam “ser realmente o resíduo esquecido do que alguma vez foi
lido ou ouvido em algum lugar”
(Merton,1979,.73).
Os cinco níveis lógicos
são formados pelos conceitos de identidade, crença, estratégia,comportamento e
ambiente. Cada nível permite mapear dados da anamnese do cliente e também
organizar as técnicas específicas para atuar no caso clínico, deste jeito,
pondera o autor deste artigo, você pode preencher o esquema com técnicas de
quaisquer abordagens desde que tenha estudos e treinamento nas mesmas.
Em seguida vem outra
contribuição da PNL, desta vez o autor é R. Dilts (1998) e o referencial chama-se “SCORE”; cada letra
tem um significado já fornecendo “per se” uma idéia do que se trata: S =
sintomas; C = causas; O = objetivos;R = recursos;
E = efeitos( da terapia). Mais uma vez além
de permitir a organização dos dados do caso clínico, este referencial serve de
chave epistemológica para açambarcar
contribuições de várias correntes do pensamento psicológico, por
exemplo, no que tange aos recursos empregados ou na formulação e negociação de
objetivos da terapia.
O quarto referencial
epistemológico e psicoterápico foi se delineando devido ao atendimento de
inúmeros clientes em crise, para tanto foi usada a abordagem denominada Terapia
de Crise, de A. Moffatt(1987).
Este referencial possui cinco estágios,
cada um com subdivisões: contenção, exploração, projeto, contato com o real e
separação. Como os demais permite a organização da história clínica e da
atuação do terapeuta.
Finalmente o quinto e último referencial, que aqui se
pretende utilizar, destaca preocupações e questões pertinentes ao lugar do
terapeuta e do cliente dentro da terapia, bem como o objetivo desta e as técnicas
para a sua realização. Este referencial provém do estudo da obra de M. Erickson
(1902-1980) por J. Zeig (1983, 1993) e é conhecido pelo nome metafórico de “O
Diamante de Erickson”. (Bauer,1998,p.101).
Embora não caiba
aqui descrever em pormenores os referenciais, apenas para ilustrar as
possibilidades epistemológicas e psicoterápicas diante de um caso clínico será
usado o SCORE de R. Dilts.(op. cit.)
Assim, o cliente
apresentará suas queixas que serão enquadradas como sintomas (S); deixará transparecer
o que pensa, suas crenças, sobre o por que destas queixas, o que as causa (C) a
perturbação e/ou sofrimento; terá objetivo (O) em relação à maneira de conduzir
sua vida ; e, haverá uma expectativa diante da nova maneira de se portar diante
da vida, isto é, diante dos efeitos (E) da mudança terapêutica.
É claro que com
sua experiência o terapeuta poderá locupletar cada item com detalhes não
percebidos pelo cliente, por exemplo, a queixa
de alguém sobre um estado de humor freqüente pode ser consciente, mas o
psicoterapeuta pode observar que esta pessoa também respira mal, se alimenta
mal, não se exercita e dorme pouco, talvez até consuma alguma substância
prejudicial à saúde ! (Alguns dados surgem depois).
Diante de tudo isto cabe ao psicoterapeuta
estratégico estudar muito, fazer inúmeras especializações, pois assim ele terá
competência para usar um arsenal de técnicas em prol da resolução dos problemas,
como no referencial acima os recursos poderiam ser a conjugação de técnicas de
PNL, hipnoterapia, gestalt e terapia
sistêmica.
Portanto,
diante de um caso clínico, o supervisando aprende que pode usar uma técnica
oriunda das várias contribuições (Psicanálise, Terapia
Cognitiva-Comportamental, Bioenergética,etc), pois a “terapia estratégica é um
modelo pragmático essencialmente dedicado à intervenção clínica” (J. Keim in
Elkaïm, op. cit., p.269).
Nota-se portanto
que a psicoterapia estratégica ensinada no SPA da UERJ, é um estilo que vai
além do modelo proposto por J. Haley (1979,1991,1993,1998) e C. Madanés (1997),
mas em resumo harmonizam-se em relação a idéia central de que há
um conjunto de hipóteses sobre a manutenção do problema e um conjunto de
intervenções que são pensadas em prol da
mudança terapêutica.
Este modelo de
atuação, em termos da Filosofia da Ciência, talvez seja mais próximo de uma
metateoria (estudo crítico das teorias) do que uma teoria particular, mas isto
já é outro assunto.
Celso
Lugão da Veiga
Psicólogo especializado em clínica e
hospitalar / Supervisor em psicoterapia
estratégica do SPA da UERJ / Professor
de psicologia (UERJ).
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