UM PANORAMA DO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO INFANTIL EM GESTALT-TERAPIA

Autores

  • Evelyn Denisse Felix

Palavras-chave:

PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO

Resumo

Este trabalho possui o objetivo de apresentar um panorama do processo psicoterapêutico infantil embasado pela Gestalt-terapia (GT), abordando aspectos fundamentais como a ênfase na linguagem lúdica e a importância do vínculo com os familiares; e os procedimentos básicos da clínica com crianças como as sessões com a família e as visitas a outros ambientes de convívio desta. Quanto à entrevista inicial com os responsáveis as opiniões dos autores dividem-se entre: contar com a presença da criança, juntamente com os responsáveis, com o objetivo de que a criança tenha a noção real de sua situação; e a de encontrar-se somente com os responsáveis, pois é possível que a sessão se estruture em torno da necessidade familiar como um todo, gerando uma demanda da qual a família não têm consciência e não está preparada a enfrentar, até porque buscaram inicialmente a psicoterapia para o filho, e não para eles individualmente ou para a família. Neste momento é necessário que se delimite claramente a demanda; se estabeleça o contrato; e realize a coleta de dados. A entrevista inicial com a criança não é “estruturada”, tem como objetivo o estabelecimento de vínculo, e deve ser baseada na linguagem lúdica, pois o brincar é a forma natural de expressão da criança, bem como a linguagem verbal é a dos adultos. Dentro da sala de atendimento, havendo condições para tal, o psicoterapeuta pode apresentar a sala, os recursos, investigar se a criança sabe por que veio a um consultório psicológico, estabelecer o contrato com ela, inclusive no tocante aos critérios de integridade física dela, do psicoterapeuta e da sala. Fora essas recomendações, o psicoterapeuta deve ser econômico em suas intervenções e dispor-se a acompanha-la fenomenologicamente de acordo com a forma que ela escolher se apresentar. A entrevista de devolutiva com os pais é um procedimento que precisa ser cuidadosamente realizado, para que o que for tratado nela possa ser revertido em prol de todo o campo vivencial da criança. Nesse momento, o psicoterapeuta deverá lançar mão de uma postura imparcial diante da família e, mediante uma visão humanista-existencial, apreciar o todo em questão (família – criança), identificando e comunicando não só os pontos de funcionamento não-saudável, como também tudo que estiver funcionando de forma saudável. Realiza-se a entrevista de devolutiva após um determinado número de sessões, quando se julga estar de posse de uma quantidade de informações sobre a criança, colhidas dos pais ou responsáveis, da escola, da própria criança e de outras pessoas relevantes para o processo, mediante as quais se pode estruturar uma leitura geral das dinâmicas vivenciais da criança (família, escola, amigos.) em seus aspectos funcionais e disfuncionais. Expressar-se adequadamente na sessão de devolutiva é fator determinante para a compreensão e sensibilização dos pais, o que é indispensável, pois eles são companheiros importantes na caminhada psicoterapêutica com a criança. Além de a criança ser informada sobre o que será conversado com os pais, ela também é convidada a participar da entrevista de devolução. Ao final da entrevista de devolutiva, é preciso que fique claro para os responsáveis um norte em relação a como a criança está e como eles poderão contribuir para seu processo de crescimento e mudança. Outras intervenções em GT com crianças são realizadas baseadas na visão holística da abordagem, o que possibilita que o atendimento clínico de crianças seja feito da forma mais contextualizada possível. Isso justifica a estratégia utilizada pelo gestaltterapeuta de crianças de realizar sessà μes familiares, sessões conjuntas, visitas à escola ou a outras ambientes os quais a criança frequenta de forma significativa. Para que a atuação do psicoterapeuta fora do ambiente do consultório seja acertada, é imprescindível que ele saiba ouvir os pais, os professores, os cuidadores, sem subestimá-los, pois eles podem ser determinantes no curso da psicoterapia da criança. O Encerramento do processo psicoterapêutico deve acontecer com base em uma somatória de fatores percebidos pela criança, pelos pais e pelo psicoterapeuta. Assim, bons indícios de que a psicoterapia possa estar chegando ao fim seria a extinção do sintoma, o preterimento do contexto terapêutico pela criança em relação a outras atividades de seu interesse, e maior fluidez dela em sua forma de ser e de estar no mundo. Por fim, pode-se pensar que o processo se encerra quando a criança pode levar para o mundo o que vivenciou no contexto psicoterapêutico, quando ela consegue se relacionar consigo, com o mundo e com os outros de forma funcional, expressando o que pensa e o que se sente sem precisar do psicoterapeuta para lhe acompanhar no caminho. Palavra 1: Gestalt-terapia Palavra 2: Psicoterapia Palavra 3: criança Modalidade de apresentação: Comunicação/ tema livre Área de concentração: Clínica e supervisão

Downloads

Publicado

2015-12-01