A clínica da síndrome do pânico
Marcelo Pinheiro
Julho/2004
Sumário:
Neste artigo busco transmitir
um pouco do que aprendi, em cerca de quinze anos de pratica clínica, com
pessoas que vivenciavam a síndrome do pânico.
Contextualização
Durante meu caminho como Psicoterapeuta tenho tido muito contato
com o quadro clínico denominado Síndrome do Pânico ou Transtorno do
Pânico. Eu estava na faculdade quando
teve início a era deste quadro. Lembro
que em um dos estágios que eu fazia, na psiquiatria do Hospital Universitário
Pedro Ernesto, encontrávamos uma série de pessoas que viviam esta síndrome e na
área acadêmica da faculdade vários professores ainda não tinham idéia de a que
se referia tal conceito. Isso se deu
aproximadamente em 1988. Já naquela
época, por uma série de motivos, me interessei muito pelo quadro.
Há aproximadamente onze anos venho ministrando, em parceria com
minha esposa, a Psicóloga Márcia Estarque Pinheiro o curso "Estresse,
Depressão e Síndrome do pânico: que são? De onde vêm? Como tratar?" [i]. Em função do curso, nós normalmente temos
uma grande procura de pessoas que estão vivendo estes transtornos.
De início a síndrome do pânico inspira uma questão a quem vem
acompanhando a história deste quadro: O que ocasionou o "surgimento"
de tal quadro, com tamanha incidência e constância no tempo? Afinal já fazem
mais de quinze anos que está onda de síndrome do pânico teve início.
Algumas pessoas defendem a hipótese de que este quadro
foi praticamente criado e patrocinado pela indústria farmacêutica. Eu não concordo com este ponto de
vista. Dentro do que eu acompanhei, o
aumento de incidência do quadro ocorreu antes que a mídia se apropriasse
dele. Lembro que no início muitas
pessoas chegavam ao consultório com os sintomas claros desta síndrome, porém
sem saber dar nome ao que estavam vivendo.
Isso me faz duvidar da hipótese de que as pessoas criariam os sintomas
por simples sugestão.
No final dos anos 80, início dos anos 90, alguém que vivesse tal
quadro tinha que realmente enfrentar uma Via Crucis até encontrar um
nome para o que estava vivendo. Eram
muito comuns relatos de pessoas que, vivendo a crise, iam parar nas emergências
de alguns hospitais e escutavam dos médicos a frase: "você não tem
nada!”. O que para estas pessoas era
desesperador, posto que os profissionais que elas imaginavam poder ajudá-las em
relação a sensações tão intensas, simplesmente não enxergavam o que elas
estavam vivendo. Tenho inclusive o
relato de uma pessoa que chegou a ser submetida a um cateterismo em função de
uma crise de pânico mal diagnosticada.
Por outro lado, as características deste quadro são muito
nitidamente marcadas, tornando impraticável a crença de que já existisse
tamanha incidência de pessoas apresentando este tipo de sintomas sem que fossem
enquadradas em uma síndrome.
Acredito muito na hipótese de que o aumento de incidência deste
distúrbio se deu em função de características do momento
sócio-econômico-cultural em que vivemos.
Cabe aqui ressaltar que ao longo dos tempos existe, historicamente, uma
oscilação na freqüência de ocorrência dos diversos quadros clínicos de origem
emocional. Este é um fenômeno bastante
coerente. É natural imaginar que,
quando existam modificações no contexto vivencial do ser humano, também ocorram
modificações nas dificuldades emocionais encontradas.
Estamos numa era de muito estresse e muita insegurança isto é,
muito desgaste e muito medo. O medo tem
sido um sentimento extremamente presente, especialmente para as pessoas que
vivem nas grandes cidades. Neste
contexto é natural que a dificuldade de lidar com o medo apareça como uma das
expressões das fragilidades individuais.
Falando de uma forma Gestáltica: se o medo tem estado muito
presente como fundo para as experiências humanas atuais é natural que ele tenda
a se fazer figura. Especialmente se
associado a isso, as pessoas já estiverem vivendo um nível de desgaste
excessivo, como tem sido quase que um padrão em nosso momento atual.
São muitos os fatores, em nosso momento histórico, que tornam
pouco previsível e pouco seguro o instante seguinte. Um dos fatores é a maior agilidade dos meios de comunicação. Atualmente acompanhamos, quase que em tempo
real, os acontecimentos de todo o globo terrestre, especialmente os
acontecimentos trágicos. Recebemos
constantes indícios da fragilidade de nossa segurança física e emocional. Estes indícios apontam para a
imprevisibilidade e insegurança em relação futuro próximo. Essa é a cara da síndrome do pânico: a
sensação apavorante de que algo muito ruim pode vir a acontecer no instante
seguinte.
É impossível escrever sobre este tema sem lembrar de um dos
exemplos mais marcantes do que estou descrevendo. A experiência do atentado de 11 de setembro de 2001 em Nova York,
nos Estados Unidos. Naquele dia, em
praticamente todo o globo terrestre, as pessoas acompanharam os acontecimentos
em tempo real, vivendo uma grande sensação de incerteza em relação ao
futuro. O que viria depois
daquilo? Quais seriam as conseqüências? Uma insegurança enorme em relação ao futuro
imediato.
Alguns autores explicam a crise de pânico como uma falha no
sistema de alarme do indivíduo, que dispara sem motivo. Discordo deste ponto de vista simplesmente
porque a partir do momento em que a pessoa abre o quadro de pânico, isto é, tem
a primeira crise, ela passa a ter motivo para ter medo sim! Existe uma ameaça real! Na medida em que uma
pessoa que tenha o mínimo de inteligência vivencie uma primeira crise de
pânico, ela automaticamente aprende que existe esta possibilidade e que é uma
possibilidade muito ruim e paralisadora.
Então, ela tem um motivo muito forte para ter medo. A ameaça existe apesar de não ser visível
para os que estão ao redor. E pior, a
ameaça está dentro da própria pessoa.
Ela não tem esconderijos, não tem como fugir. Quem tem uma fobia específica, quando evita o estímulo fóbico, se
sente aliviado. Por exemplo, quando
alguém tem medo de elevador e consegue evitar o uso do elevador pode fugir do
medo. No caso do quadro de pânico os
estímulos fóbicos são as próprias sensações físicas. O disparador é interno.
É uma espécie de medo de ter medo.
Não se tem como fugir das próprias sensações físicas.
Quanto às alterações fisiológicas que se fazem presentes no
indivíduo que está vivendo este tipo de quadro, são alterações compatíveis com
o estado emocional típico desta síndrome.
Seria realmente difícil imaginar que não acontecessem alterações
bioquímicas, já que a dinâmica dos estados emocional envolve alterações desta
ordem. Curiosamente, de tempos em
tempos, encontramos a insinuação de que a presença de alterações bioquímicas em
pessoas que estão vivendo a síndrome indicaria que ela teria causa puramente
orgânica. Obviamente esta afirmação não
se sustenta.
O mecanismo da crise
do Pânico:
A crise de pânico se dá a partir do entrelaçamento de
pensamentos e sentimentos. À medida
que a pessoa tem a primeira crise e aprende que pode ter uma vivencia tão
sofrida, ela começa a ter medo de ter as crises. Ela passa a ter medo de ter medo. Com isso surge uma espécie de reação em cadeia. Uma espécie de espiral viciosa na qual a
pessoa passa a identificar praticamente qualquer sensação interna como indício
do início de uma crise. A capacidade de
pensar termina sendo usada, pelo indivíduo para tirar sua própria segurança, ao
invés de possibilitar a busca de suporte.
A pessoa por estar com medo, vai criando um filme de terror na própria
cabeça, imaginando os possíveis desdobramentos do que está sentindo. As fantasias mais comuns são de morte ou
loucura eminentes. A insegurança em relação ao instante seguinte é assustadora
e quanto mais aterrorizantes são as cenas imaginadas, maiores as alterações
fisiológicas resultantes. Quanto
maiores as alterações fisiológicas, mais nítida é a confirmação da presença da
crise, maior o pavor, maiores os motivos para fantasias sobre o que pode
acontecer no instante seguinte, e assim sucessivamente.
O medo que normalmente tem a função de sinalizar o
perigo, passa a ser vivenciado como o próprio perigo. Paradoxalmente a vontade
de se afastar das próprias sensações físicas, torna a pessoa hiper-vigilante em
relação às suas sensações internas.
Qualquer alteração se torna uma ameaça.
Nosso cérebro não funciona no negativo. Não existe um símbolo que especifica um não
algo. Por exemplo, se eu pedir para
o leitor para não pensar numa piscina azul, automaticamente o leitor pensará na
piscina azul. Para tentar fugir do medo
a pessoa tem que representar o medo, isto é sentir o medo. Este é um aspecto fundamental da reação em
cadeia que é a crise de pânico em si.
Prolapso da válvula mitral.
No universo das pessoas que vivem o quadro de Síndrome do Pânico
existe uma incidência muito grande de pessoas que têm uma alteração cardíaca
denominada prolapso da válvula mitral.
Essa alteração em si não traz riscos de vida para o indivíduo, porém
grande parte das pessoas que têm o prolapso descreve sensações ocasionais de
alteração do ritmo cardíaco. Acredito
que essas sensações terminam funcionando como disparadoras para crises de
pânico. Isso justificaria uma maior
incidência de quadros de pânico no universo das pessoas que apresentam prolapso
de válvula mitral.
Síndrome do pânico tem cura?
Já recebi no consultório várias pessoas que me afirmaram ter
sido informadas de que a Síndrome do Pânico não tem cura. Essa crença no meu ponto de vista é absurda. Normalmente os profissionais que fazem essa
afirmação são aqueles que acreditam na medicação como única forma de
tratamento. E à medida que ministram as
medicações e não encontram resultado, terminam acreditando que síndrome do
pânico não tem cura. A medicação nesses
quadros funciona como um paliativo. Não
atua nos fatores geradores do quadro. O
que vai modificar os fatores geradores de um quadro de pânico é o aprendizado,
é o autoconhecimento.
Síndrome do Pânico tem cura e normalmente a pessoa tem muitos
ganhos neste processo de cura. É claro
que, da mesma forma que quando alguém põe a mão em um ferro quente se queima, e
se põe de novo se queima de novo.
Quando alguém que uma vez fez por onde abrir um quadro de pânico, volta
a usar a mesma receita, pode ter uma recaída.
E, normalmente, se viveram bem o primeiro episódio, isto é puderam
aprender com o quadro, tendem a sair de um segundo episódio com muito mais
facilidade.
O atendimento Psicoterapêutico a pessoas que
vivem a Síndrome do Pânico.
Depois desta pequena contextualização vou entrar nas
características do atendimento a pessoas que vivem o Transtorno do Pânico.
Quando um caminhante encontra uma trilha com paisagens que
parecem conhecidas, ele tende a se sentir mais à vontade do que quando encontra
paisagens exóticas, estranhas. E, de
fato, numa trilha onde o tipo de vegetação, a textura do piso, o tipo de
umidade são conhecidos o viajante tem mais condição de prever que tipo de
cuidados ele deve ou não tomar. Porém,
ele nunca deve esquecer que cada trilha é única. Numa trilha que parece conhecida é muito importante tomar cuidado
para que o deslumbramento originário desta sensação de intimidade não bloqueie
seus sentidos, pois isso certamente traria conseqüências negativas.
A palavra "síndrome" significa "reunião de sinais
e sintomas que ocorrem em conjunto e que caracterizam uma doença ou uma
perturbação”.[ii]. Na medida em que encontramos sintomas
parecidos, certamente a tendência será encontrarmos paisagens também parecidas
na jornada a dois que é uma relação terapêutica. Nesse momento é importante aproveitar o que há de positivo nisto,
porque realmente existem aspectos positivos neste fato. Porém, é fundamental jamais esquecer que
cada pessoa é única e, que cada encontro entre duas pessoas também é único e
deve ser cultuado como tal. Esquecer
isso é correr o risco de não enxergar a pessoa que está à nossa frente. Acredito do fundo d'alma que para o desenvolvimento
do ser humano, o melhor caminho passa pelo encontro intenso e real com o outro
ser humano. Se perdermos essa
possibilidade, ficamos apenas com uma técnica vazia e sem consistência.
Espero que as palavras que vêm a seguir não sejam lidas como uma
receita de bolo, e sim como a discrição de alguns aspectos que costumam se fazer
presentes, num determinado tipo de trilha que tenho transitado como terapeuta
nestes últimos treze anos.
Em primeiro lugar o trabalho com este tipo de transtorno é
extremamente gratificante em função do nível de concretude dos ganhos obtidos
no processo terapêutico. A pessoa chega
ao consultório apenas sobrevivendo, suportando a vida e, com ajuda terapêutica,
resgata a possibilidade de voltar a viver a vida, de ter prazer ao viver. Geralmente, quando inicia a terapia, ela se
encontra num estado de tensão permanente.
Normalmente, em um espaço de tempo muito pequeno (de um a seis meses em
média), resgata dramaticamente sua qualidade de vida. Após superar o período em que as crises têm uma grande
incidência, a maioria das pessoas se mantém em terapia mais algum tempo. Agora não mais pelo sofrimento, mas sim por
terem aprendido a importância de se conhecer melhor e de cuidar dos próprios
limites. Esta segunda etapa do processo
terapêutico é muito importante para consolidar os ganhos obtidos na etapa inicial.
No início do processo de crescimento de uma planta podemos
assistir rápidas mudanças. Em poucas
horas diferenças significativas podem ser observadas. Na medida em que a planta vai crescendo, vai ficando mais difícil
identificar rapidamente as mudanças.
Elas ainda acontecem, mas agora de maneira não tão drástica. Em contrapartida as transformações que
parecem mais lentas na planta adulta são mais estruturadas, mais
consistentes. A planta nova, o broto,
quebra com um simples peteleco. Já as transformações
estruturais da planta adulta são bem mais resistentes. Em alguns casos não cedem nem a
machadada. O mesmo acontece num
processo terapêutico. De início
assistimos grandes transformações em pouco tempo, porém são transformações
ainda frágeis. Aos poucos as
transformações vão passando a ser menos marcantes, porém mais consistentes.
A Gestalt-Terapia nos fornece recursos extremamente úteis para
lidar com o transtorno do pânico, especialmente na medida em que nos
instrumentaliza para trabalhar com a ampliação do conhecimento que a pessoa tem
de seu próprio corpo. As pessoas que
abrem um quadro como este normalmente são pessoas que tendem a passar por cima
de seus próprios limites. São pessoas
que costumam se voltar para fora, para os outros ou para metas como carreira
profissional etc., negligenciando algumas de suas necessidades individuais,
seus limites. Normalmente estas pessoas
já vêm apresentando uma série de outros sintomas como gastrite, alergias entre
outras e não escutaram estes sintomas de modo a pararem para se cuidar a partir
deles.
Eu costumo dizer que um quadro de pânico bem vivido pode ser uma
experiência importantíssima na existência de algumas pessoas, pois é um quadro
que faz com que elas tenham que parar para reavaliar a atitude que estão tendo
diante da vida. Termina sendo
necessário abrir um quadro como este para que essas pessoas possam se
escutar. É como se o corpo estivesse
berrando para pedir ajuda. A partir
dessa parada e dessa reavaliação, tendem a surgir importantes mudanças de
postura. Essas mudanças de atitude
diante da vida certamente vão ser muito importantes, tanto porque geraram uma
grande transformação na sua qualidade de vida, como também para evitar outras
conseqüências bem piores. Estas são
prováveis para pessoas que sistematicamente não respeitam, nem identificam seus
próprios limites, como por exemplo: enfartes, derrames, pressão alta entre
outros.
Existem dois estilos de personalidade que tipicamente costumam
apresentar o transtorno do pânico. O primeiro estilo é composto por pessoas que
eu normalmente brinco, classificando como tendo complexo de super-homem. São pessoas que não têm limites. Sempre tentam dar conta de tudo. Normalmente
são a referência familiar. Sempre que
surge um problema elas são as pessoas a serem acionadas. Essas pessoas não sabem dizer não, tendem a
se voltar demasiadamente para outro e com isso perdem a referência dos próprios
limites. É como se elas diminuíssem
muito a capacidade de escutar suas próprias necessidades em prol de ampliar a
possibilidade de perceber as demandas externas. O “eu tenho”, substituiu quase que totalmente o “eu quero”. Não
existe espaço para o prazer pessoal.
O segundo estilo de personalidade é complementar ao
primeiro. São aquelas pessoas que tendem
a desenvolver vínculos de dependência.
Buscam suporte no outro, se sentem incapazes de andar com as próprias
pernas. Essas pessoas também perdem a
noção de seus próprios limites, porém neste caso de forma praticamente
intencional. Preferem abrir mão da
direção de suas próprias vidas. A
responsabilidade das escolhas é vivida como algo pesado demais. Em função disso elas preferem abrir mão de
escolher, optando por convidar ao outro para que assuma as responsabilidades de
suas decisões.
Estes dois tipos de personalidade formam os dois extremos de um
mesmo eixo. Enquanto o primeiro tende a
não escutar suas próprias necessidades, o segundo tende a só escutar as
próprias necessidades. O primeiro tende
à onipotência e o segundo tende a impotência; o primeiro tende a ser cuidador,
o segundo tende a ser cuidado, etc.
Enquanto no primeiro caso o indivíduo tende a viver a crise de
pânico de forma solitária, escondendo das pessoas ao redor o próprio
sofrimento, no segundo caso a pessoa sempre busca no outro apoio para lidar com
suas dificuldades. Sempre tem uma ou
mais pessoas que sabem do quadro e que funcionam como uma espécie de bengala
para ela.
O estilo super-homem tende a sair muito mais rapidamente do
quadro de pânico do que o estilo dependente.
Primeiro pela tendência que tem de se responsabilizar por seus
problemas, segundo porque o quadro de pânico não se encaixa com seu estilo de
personalidade.
Já as pessoas que se especializaram em vínculos de dependência
não se sentem tão chocadas com a sensação de perda de potência, e, além disso,
o quadro se encaixa como uma luva na forma como ela se vincula com outro. Dá mais justificativas para a manutenção dos
vínculos de dependência. Com isso
termina sendo muito mais demorada a saída das crises.
Normalmente no tratamento de pessoas que vivem este quadro
faço duas prescrições:
A primeira prescrição é que as pessoas busquem estar fazendo
alguma atividade física, no mínimo três vezes por semana. Preferencialmente uma atividade que seja
prazerosa e que intensifique bastante o ritmo cardio-respiratório. Por que
isso? Pois a atividade física faz com que o organismo produza uma série de
substâncias que são antidepressivas e trazem um efeito muito positivo nestes
casos. A importância de serem
exercícios que alteram, significativamente, o ritmo cardio-respiratório está no
fato de que uma pessoa de vida sedentária, que abre este tipo de quadro, passa
a só experimentar e perceber estas alterações em seu corpo quando está vivendo
a crise. Na medida em que elas voltam a
ter este tipo de experiência em uma situação em que essas alterações são
naturais e esperadas, elas têm a chance de resgatar a intimidade com essas
experiências, resgatar a intimidade com o próprio corpo. Aconselho que a pessoa procure um médico
para fazer os exames necessários antes de começar a atividade física, e que
esta seja iniciada de forma lenta e gradual.
Com muita freqüência o medo de viver a crise durante a atividade
física dificulta o início da mesma, porém superada esta barreira inicial os
ganhos são marcantes. Além disso, os efeitos colaterais são o aumento da
auto-estima, sensação de mais energia, mais segurança e todos os outros ganhos
que uma vida mais saudável traz para o organismo.
A
segunda prescrição que faço é a busca de controlar o descontrole. Isto é, que a pessoa busque registrar a
ocorrência das crises e suas alterações de humor. Com este objetivo forneço um formulário em forma de gráfico para
que a pessoa preencha (Figura 1). Por
que faço essa prescrição? Em primeiro
lugar, porque na medida em que as pessoas observam certos padrões na ocorrência
das crises, conseguem informações bem importantes. Por exemplo, se tendem a ter crises quando estão mal alimentadas,
ou em que dias da semana essas crises costumam acontecer, que características
têm em comum esses dias, entre outras.
Algumas pessoas tendem a viver a crise nos finais de semana, outras
durante a semana. Esse tipo de
informação dá margem a muitas descobertas.
(Figura 1)
Outro motivo para utilizar os gráficos é que a saída de um
quadro como esse tende a ser irregular.
Eu costumo comparar com uma criança que está aprendendo a andar. A criança não levanta e sai andando. Ela consegue dar alguns passinhos e aos
poucos a quantidade de passinhos vai aumentando e o engatinhar vai diminuindo,
até que a criança passe a se locomover apenas de pé.
Na saída do quadro de pânico, o que nós vamos observar é que,
aos poucos, as crises vão se espaçando, até que desapareçam. Com isso a possibilidade de acompanhar este
processo de forma concreta como em um gráfico, ajuda à pessoa a identificar
seus progressos. A percepção dos
progressos dá segurança para a continuidade do trabalho que está sendo
realizado. Como a vivência da crise é
muito marcante, se a pessoa não registra o espaçamento das mesmas, muitas vezes
ela não se dá conta deste processo.
Além disso, quando a pessoa já está a algum tempo sem ter crises e vive
um episódio de crise passa a ocorrer também uma sensação de frustração:
"Eu pensei que tinha melhorado, mas não adiantou nada, ainda estou no
mesmo lugar!" Este tipo de
sentimento não ajuda em nada na caminhada que é a busca da superação deste
quadro. Podendo até gerar a interrupção
de um caminho produtivo.
Normalmente quando eu inicio um processo terapêutico, já previno
a pessoa, avisando-a que ela vai vivenciar o afastamento das crises, mas que
existe a possibilidade de que a superação das mesmas seja irregular. Cito a metáfora da criança aprendendo a
andar, desenho um gráfico ilustrativo que representa a forma como provavelmente
vai ser o afastamento das crises (figura 2).
Mesmo assim quando, depois de um período longo sem ter crises, a pessoa
vive uma recaída, não é raro ela ter a sensação de frustração. Nestes momentos é extremamente importante
relembrar o que já tinha explicado anteriormente, e mostrar através dos
gráficos que a pessoa produziu, como a freqüência de crises nesse momento está
muito menor do que em tempos anteriores.
Como ela está atualmente num estágio muito melhor do que o anterior.
(Figura 2)
Quando a pessoa está vivendo uma
crise como esta, ela sente como se não tivesse aonde se segurar, vive a
sensação de que aquele sofrimento é eterno.
Neste momento a possibilidade de enxergar, de forma bem concreta, o
afastamento das crises permite que ela se dê conta de sua evolução.
Durante o processo terapêutico busco focalizar especialmente
dois aspectos, que inicialmente parecem isolados, mais que com o tempo, tendem
a se entrelaçar:
O primeiro é como a pessoa constrói a crise em si. Como se dá o processo? A espécie de reação em
cadeia que é a própria crise. O segundo
é como a pessoa construiu a fragilidade necessária para que ocorresse a
primeira crise.
Tomar consciência de como a crise em si funciona pode facilitar
muito a que a pessoa possa ter escolha a cerca de seus movimentos
internos. Aprender o funcionamento da
crise de uma forma organísmica, isso é compreender de uma forma que vai além da
razão, de uma forma experiencial, na qual a compreensão passa pela percepção da
experiência física torna possível ao indivíduo se apropriar dos movimentos
internos que realiza quando constrói a crise.
Permite que ele possa ter escolha no decorrer da reação em cadeia que é
a crise.
Com o objetivo de facilitar essa compreensão organísmica, que
pode ser traduzida como uma ampliação da awareness, busco estar bem atento para
as oportunidades de facilitar com que o indivíduo observe suas sensações
físicas. Isto pode ocorrer tanto a partir da conscientização de expressões não
verbais realizadas pelo cliente, como também por trabalhos especificamente
voltados para a consciência corporal.
Neste tipo de trabalho simplesmente peço para o indivíduo voltar sua
atenção para suas sensações físicas, especialmente para sua respiração, seus
batimentos cardíacos e as tensões musculares presentes no corpo como um todo e
de forma especial às tensões presentes na musculatura da face.
A respiração sempre é um excelente termômetro, quando se quer
identificar o estado emocional do ser humano.
Nossa respiração normalmente varia de acordo com contexto emocional em
que nos encontramos. E isso também
ocorre em termos de batimentos cardíacos e de tensão muscular. A expressão do rosto que é formada a partir
das tensões da musculatura da face também é uma excelente fonte de informação
quando a pessoa está buscando ampliar sua percepção a cerca de suas reações
emocionais.
Quando estou fazendo este tipo de trabalho normalmente, a medida
em que a pessoa consegue contemplar suas sensações internas, sem tentar
controlá-las, naturalmente sem que ela precise buscar, vai ocorrendo um
reequilíbrio. Se a pessoa deixa, o
organismo vai tendendo ao equilíbrio.
Ele só não vai para o equilíbrio quando a pessoa não deixa, quando a
pessoa usa a capacidade de pensar para tirar seu próprio tapete.
A experiência de dar atenção às próprias sensações físicas e a
partir daí encontrar um equilíbrio, uma sensação de tranqüilidade, é uma
experiência muito importante, pois como já vimos a pessoa que vive o quadro de
pânico tenta fugir de suas sensações físicas, tenta não sentir. Ter a oportunidade de experienciar o
próprio corpo e reaprender que se a pessoa deixa, o corpo volta ao equilíbrio,
é importantíssimo na superação do quadro de pânico, pois instrumentaliza o
individuo de forma a que ele amplie suas possibilidades de conseguir interromper
a reação em cadeia.
A volta da intimidade com próprio corpo torna possível ao
indivíduo a busca de segurança em sua identidade corporal. A pessoa passa a poder buscar suporte na
concentração e este é um movimento oposto ao que ela fazia antes.
Também este tipo de trabalho em muitos momentos esbarra com um
obstáculo inicial. Algumas pessoas têm
medo de que prestar atenção nas sensações físicas deflagre a crise. Da mesma forma que no caso da atividade
física, esta também é uma dificuldade inicial.
Passada esta barreira os ganhos também são muito significativos.
E
quando o cliente tráz crise para o consultório?
Este muitas vezes é um divisor de águas no processo
terapêutico. É um momento de ganhos incalculáveis
na busca do aprendizado de como a pessoa constrói a crise e na conseqüente
superação do quadro. Se o terapeuta se
sente seguro e consegue acompanhar o cliente neste momento, facilitando com que
este possa observar suas reações físicas ao invés de fugir delas, ou de tentar
prever o instante seguinte, o cliente tem a chance de passar pela situação de
crise em um local apropriado, no sentido de propiciar condições para que ele
aprenda sobre sua vivência, conheça mais sobre o processo da crise e com muita
freqüência experimente um desfecho diferente no caminho deste processo. Essa experiência vivenciada tem em si,
potencial para gerar grandes avanços no processo terapêutico. Mas, para isso é realmente muito importante
que o terapeuta saiba onde está pisando, entenda o que a pessoa está vivendo
para poder acompanhá-la.
O segundo ponto fundamental no processo terapêutico,é a busca de
"o que a presença do quadro em si tem para ensinar a esta
pessoa?". Este aprendizado é de
grande importância especialmente para o futuro deste ser humano.
O quadro de pânico não vem do nada. Ele surge como indício de algum tipo de desequilíbrio. Algo na forma como essa pessoa lida com sua
realidade, algo na postura que essa pessoa tem diante de seu mundo não está
trazendo o retorno necessário. Escutar
este sintoma tão lancinante e aprender com ele, é o que de mais importante se
tem a fazer num processo terapêutico.
O processo terapêutico passa por uma cuidadosa busca de
compreensão da coerência da fragilidade evidenciada pelo quadro de pânico, com
as características da postura que esta pessoa tem diante da vida.
À Luz do olhar curioso que busca compreender como essa pessoa
faz para se fragilizar, naturalmente vão surgindo uma série de indícios, tanto
na atitude que a pessoa tem no contato com o terapeuta, como também na história
que ela conta do mundo lá fora. Aos
poucos o indivíduo vai ampliando a compreensão que ele tem sobre a forma como
tem cuidado de maneira insuficiente de seu suporte. Essa compreensão, que como já disse é uma compreensão
organísmica, isto é uma compreensão que vai além das conexões lógicas, aos
poucos vai gerando uma mudança de atitude, uma mudança na postura que este
indivíduo tem diante do mundo. A pessoa
vai conhecendo melhor seus limites, e reaprendendo a cuidar deles. No decorrer do processo, o terapeuta assiste
quase que ao renascimento daquela pessoa, agora em novas bases mais sólidas.
O uso da medicação:
Eu já vivi fases diferentes em relação ao uso da medicação. No
início, até cerca de oito anos atrás, sempre que alguém me procurava vivendo
este quadro, eu tinha como norma solicitar que, em paralelo ao processo
terapêutico, a pessoa buscasse fazer uso das medicações prescritas
preferencialmente por algum psiquiatra de minha confiança. Com o tempo fui observando que, com
freqüência, as crises começavam a desaparecer antes do período em que se
esperava que a medicação começasse a ter um efeito importante. Também fui observando que algumas pessoas
que buscar sair do quadro sem fazer uso de medicação tinham um excelente
resultado , inclusive tendo ganhos mais significativos. Como não estavam utilizando medicação,
conseguiam perceber nitidamente a forma como suas mudanças de atitude geravam
modificações em seu quadro clínico, sem a duvida a cerca dos fatores geradores
dessas modificações. “Eu estou melhor
por ter mudado minha atitude diante da vida ou é só efeito da medicação?”. A impossibilidade de distinguir a origem da
melhora diminui a nitidez da compreensão do processo e conseqüentemente
empobrece o aprendizado decorrente do mesmo.
Atualmente quando alguém me procura vivendo um quadro de pânico,
e ainda não está usando nenhuma medicação, opto por incentivá-la a buscar
superar a crise sem o uso da mesma. Normalmente proponho que aguardemos o
início do processo terapêutico e o início da atividade física para que mais
tarde, após algumas semanas, possamos avaliar a necessidade ou não, do uso da
medicação. Tenho obtido resultados
muito interessantes com essa postura.
Em grande parte dos casos a medicação não é utilizada. Num curto espaço de tempo a pessoa começa a
perceber seus ganhos e termina optando por não fazer uso de medicação.
A experiência tem demonstrado que as pessoas que terminam
optando por fazer uso de medicação, após o início da terapia, geralmente são
pessoas que têm em sua atitude diante da vida uma tendência a buscar encontrar
suporte no outro, buscar sempre apoio externo.
São pessoas que têm uma crença muito arraigada de que não são capazes de
se sustentar com as próprias pernas.
Essas pessoas terminam só se sentindo seguras para tocar nesta
característica na medida em que já não estejam mais vivendo as crises, sendo
que para algumas essa postura não traz incômodo suficiente para gerar um
movimento de transformação a cerca deste aspecto.
Normalmente pessoas que apresentam essa tendência a não se
responsabilizar pelo próprio suporte, tendem a ter muito mais dificuldade para
superar o quadro de pânico do que aquelas que eu citei anteriormente como tendo
complexo de super-homem. O individuo
que tem a tendência de querer dar conta de tudo é a referência da família, a
pessoa a quem todos recorrem quando algo não vai bem. Pessoas que tem essa
característica tendem a se responsabilizar pelos sintomas e com isso investem
energia de forma determinada na busca da superação do quadro. Com isso freqüentemente superam as crises
com muita rapidez.
Dificuldades tipicamente encontradas:
A primeira delas é que com muita freqüência as prescrições não
são seguidas. O terapeuta solicita que
a pessoa inicie uma atividade física, e por mais que ela esteja sofrendo com o
quadro, ela não inicia a atividade. O
terapeuta pede para a pessoa preencher os gráficos e a ela não preenche. Muitas vezes as pessoas que não seguem as
prescrições são justamente aquelas que estão buscando um suporte externo. Mais uma vez fica presente a crença de que
a segurança só pode vir de fora e na medida em que o indivíduo acredita nisso
não faz sentido tomar atitudes na busca de resgatar seu equilíbrio. Elas acreditam que o equilíbrio deve vir de
fora para dentro.
Às vezes aquelas pessoas que têm a atitude de super-homem também
não seguem as prescrições. Normalmente
alegam que é por falta de tempo já que têm que resolver os problemas de todos ao
redor. O que obviamente retrata sua
atitude diante da vida (sempre se voltam para o exterior e tendem a não cuidar
do próprio suporte). Este tipo de
movimento deve ser investigado com curiosidade e atenção, pois se configura em
mais uma oportunidade para que o indivíduo amplie sua percepção a cerca da
postura que tem diante da vida.
Uma outra dificuldade surge quando psiquiatra e o psicoterapeuta
não falam a mesma língua. Por várias
vezes vivi situações como a seguinte: o cliente procurar um psiquiatra por
indicação de outra pessoa e o psiquiatra, nesse caso com uma parca noção ética,
afirmar para o cliente que neste tipo de quadro a abordagem psicoterapêutica
mais indicada é a comportamental. Obviamente isto termina servindo apenas para
fragilizar o vínculo terapêutico.
Não tenho nada contra a abordagem comportamental. Mas tenho muita coisa contra uma colocação
como essa, que só faz minar o trabalho que está sendo realizado pelo
psicoterapeuta. Isso para mim demonstra
uma total falta de ética e um marcante desconhecimento em relação ao que é um
processo terapêutico e aos resultados obtidos através do enfoque da
Gestalt-Terapia. Além disso, nunca tive
notícia de algum tipo de pesquisa consistente que pudesse comparar os
resultados destes dois tipos de processos terapêuticos. Especialmente quando levamos em conta que
eles se baseiam em posturas filosóficas diferentes e que com isto têm objetivos
diferentes. Como comparar processos que
têm objetivos diferentes?
Não tenho como objetivo neste trabalho fazer uma comparação
entre abordagens psicoterapêuticas diferentes, até porque normalmente este tipo
de comparação é feita a partir de um dos referenciais filosóficos, o que
termina gerando uma distorção na leitura da outra postura. Por isso não vou fazer aqui este tipo de
comparação. Vou apenas afirmar que os
objetivos de um processo terapêutico, bem encaminhado, dentro da abordagem
Gestáltica, com pessoas que vivem o quadro de pânico e estão motivadas a sair dele,
normalmente têm excelentes resultados.
Os objetivos de um processo terapêutico dentro da abordagem
gestáltica são: aprender com o sintoma, e como decorrência disto, resgatar a
qualidade de vida do cliente, de forma aprimorada e coerente com o momento
existencial desta pessoa.
Cabe aqui ressaltar novamente que o que é vivido visceralmente
como equilíbrio por uma pessoa, não é necessariamente o que é visto como ideal
para uma outra. Quero dizer com isto
que dentro de uma visão Gestáltica, a tarefa do terapeuta é acompanhar o
cliente numa busca que é pessoal. O
objetivo é encontrar um equilíbrio coerente com a relação que essa pessoa tem
com seu mundo, o que não será necessariamente coerente com os valores do
terapeuta. Por exemplo, quem pode
afirmar que deixar de ser dependente é a melhor coisa para uma determinada
pessoa num momento especifico de sua vida?
Esteticamente para mim uma dependência exagerada não é a melhor forma de
relação, mas eu não devo impor os meus padrões estéticos a um outro ser. Até porque a finalidade da psicoterapia não
é padronizar humanidade, isto inclusive seria um desfavor ao mundo humano que
nos cerca.
Considerações
finais:
A
síndrome do pânico e uma experiência muito intensa e muito sofrida. Passar por um quadro como este é passar por
uma verdadeira crise. A palavra
crise tem a mesma origem da palavra crisálida e isto não é por acaso. A fase da crisálida é o período de
transformação, momento de mudança no qual a lagarta se transforma em
borboleta. Os períodos de crise são
períodos de transformação em potencial.
Se existe uma estrutura, para que seja possível chegar a uma outra
estrutura é preciso um período de desestruturação, um período de crise. Por exemplo, se uma sala está arrumada de
uma determinada maneira, para que eu consiga chegar uma nova armação é
necessário um período de transição aonde eu já não tenho mais a arrumação
anterior e ainda não cheguei a nova configuração, um período de crise.
Acompanhar
alguém em um processo de virada, num legítimo ponto de mutação é extremamente
gratificante. É uma honra,
especialmente quando esta pessoa chega ao consultório com uma qualidade de vida
muito ruim e algum tempo depois consegue resgatar seu prazer de viver.
Acompanhar pessoas na superação deste quadro clínico tem sido uma experiência
muito rica e extremamente confirmadora em relação à minha prática clínica. Espero que este artigo possa ser útil tanto
para outros terapeutas como também para pessoas que estejam vivendo este
quadro.
Bibliografia:
Este artigo surgiu de meus encontros e desencontros tanto com
pessoas como com livros no decorrer de minha vida. Irei listar abaixo apenas alguns destes textos.
·
Ginger e Ginger, Serge e Anne - Gestalt:
Uma terapia do contato; tradução Sonia de Souza Rangel - São Paulo:
Summus, 1995.
·
Hycner, Richard – Relação e cura em
Gestalt-terapia / Richard Hycner e Lynne Jacob; |. – tradução de Elisa
Plass e Márcia Portella |. – São Paulo : Summus, 1997.
·
Hycner, Richard – De Pessoa a pessoa:
psicoterapia dialógica / Richard Hycner e Lynne Jacob; |. – tradução de
Elisa Plass Z. Gomes, Enila Chagas, Márcia Portella |. – São Paulo : Summus,
1995.
·
Keller, Gugu - Síndrome do Pânico –
Editora Globo, 1995.
·
Perls, Frederick Salomon; Hefferline, Ralph;
Goodman, Paul - Gestalt-terapia - tradução Fernando Rosa Ribeiro
- São Paulo: Summus, 1997.
·
Perls, Frederick Salomon, 1893-1970; Gestalt-terapia
explicada [por] Frederick S. Perls [compilação e edição da obra
original de John O. Stevens; tradução de George Schlesinger 2ª ed. São Paulo,
Summus, 1977.
·
Perls, Fritz – A Abordagem Gestáltica e
Testemunha Ocular da Terapia (Tradução de José Sanz) – Segunda Edição, Ano 1981 – Zahar
Editores
·
Perls, Frederick S; e outros - Isto é
gestalt – Coletânea de artigos escritos por Perls e outros; Compilação
e edição da obra original de Jonh Stevens; Tradução de George Schlesinger e
Maria Julia Kovacs; revisão científica: Paulo Eliezer Ferri de Barros; São Paulo: Summus, 1977.
·
Polster e Polster, Miriam e Erving - Gestalt
terapia integrada; Tradução de Ricardo Britto Rocha. - Belo Horizonte:
Interlivros, 1979
·
Ribeiro, Jorge Ponciano - Gestalt-terapia:
o processo grupal : uma abordagem fenomenológica da teoria do campo e holística
/ Jorge Ponciano Ribeiro - São Paulo : Summus, 1994.
·
Ribeiro, Walter F. R. – Existência ®essência
/ Walter F.R. Ribeiro – São Paulo: Summus, 1998
·
Rodrigues, Hugo Elídio. Introdução à Gestalt-terapia – Conversando
sobre os fundamentos da abordagem Gestáltica - Petrópolis, RJ: Vozes,
2000.
·
Silva, Marco Aurélio Dias da - Quem ama não
adoece - O papel das Emoções na prevenção e cura das doenças; Capítulo VIII
– Ansiedade e angústia. A Síndrome de
Pânico; Páginas 125-139; Editora Best Seller; 8ª Edição, 1994.
·
Tellegen, Therese Amelie - Gestalt e
grupos : uma perspectiva sistêmica / Thérèse A. Tellegen - São Paulo :
Summus, 1984. Novas buscas em psicoterapia; v.22
·
Yontef, Gary M.- Processo, Dialógico e Awareness – Ensaios em Gestalt-terapia (Tradução de Eli Stern) – São Paulo: Summus, 1998.
·
Zinker, Joseph C. – A Busca da elegância
em psicoterapia: Uma abordagem gestáltica com casais, famílias e sistemas
íntimos. / Joseph C. Zinker; [tradução de Sonia /augusto]. – São
Paulo: Summus, 2001 – (Novas Buscas em psicoterapia).
[i] Nós começamos a dar este curso, pois
percebíamos que muitos dos nossos clientes que viviam o transtorno do pânico
passavam por grandes dificuldades em função de não terem informações básicas
sobre o que estavam vivendo. No decorrer
dos anos este curso tem sido procurado basicamente por pessoas que querem
entender melhor o que estão vivendo, familiares ou amigos de pessoas que vivem
algum dos quadros e por profissionais da área de saúde (em especial
psicólogos).
[ii] Definição obtida no dicionário: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx