O
TRABALHO DE GRUPO COMO FACILITADOR PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM SINTOMAS
RELACIONADOS AO PROCESSO DE ESTRESSE.
MONOGRAFIA
APRESENTADA POR EXIGÊNCIA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTALT-TERAPIA COM
ÊNFASE EM TERAPIA FAMILIAR, AO IGT – INSTITUTO DE GESTALT-TERAPIA E ATENDIMENTO
FAMILIAR.
ORIENTADORA:
MÁRCIA ESTARQUE PINHEIRO
ALUNA:
CARMEN VALERIA DE SOUSA MARTINS
RIO DE JANEIRO
2005
BANCA EXAMINADORA:
MARCELO PINHEIRO
PATRÍCIA VALLE DE ALBUQUERQUE LIMA
LUCIANA BICALHO CAVANELLAS
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de
tão grande valor para mim, a
minha mãe Carmen, pelos valores morais transmitidos e
esforço para minha educação, e a meu amor Marcelo,
pelo orgulho e credibilidade que sempre depositou.
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por me dar
forças para lutar, mesmo diante dos obstáculos encontrados.
À Minha
Família, pela dedicação e crença nas minhas propostas.
Ao Marcelo, pelo
carinho e auxílio na minha trajetória.
Aos Amigos, pela
energia transmitida
Aos Coordenadores do Curso, pela
experiência transmitida, solicitude e
oportunidade de realização do curso.
Às
Secretárias, pelas contribuições do dia-a-dia.
Aos Clientes, pela
oportunidade de enriquecimento da prática.
“Não importa onde você
parou, em que
momento da vida
você cansou. O que
importa é
que sempre é
possível
“recomeçar”. Recomeçar é dar uma
nova chance
a si mesmo. É renovar
as
esperanças da vida e
o mais
importante, acreditar em você
de novo...”.
(Carlos Drummond de Andrade)
RESUMO
Este trabalho
descreve a experiência da condução de dois grupos distintos, sendo um
terapêutico e o outro dentro de um projeto social. Propõe ratificar nossa
teoria, refletindo sobre o trabalho em grupo como facilitador na redução do
nível de estresse que cerca o Ser humano, contribuindo assim, a uma melhor
qualidade de vida. Com isso, estimula-se a crença no trabalho em grupo como
instrumento de contato, relação, onde são possibilitados troca e crescimento,
enfim, um espaço onde o indivíduo experiencia a habilidade de se relacionar,
restaurando o sentido de sua vida.
À medida
que o resultado de nossas ações sugere a forma como nos relacionamos com o
mundo, se não for de forma harmoniosa, possibilita a ocorrência de um
desequilíbrio tanto físico, quanto psíquico. Assim, o trabalho em grupo permite
uma troca muita rica de experiências, rompendo com cristalizações que o
indivíduo vai construindo ao longo de sua existência.
ABSTRACT
This work describes the experience of the conduction
of two different groups: a therapeutic one, and one inside a social project. It
proposes to ratify our theory, considering the work group as a facility to
reduce the stress level that surrounds the human being, which contributes to
improve the quality of life. So, it stimulates the belief on the work group as
an instrument of contact and relationship, where changes and growth are
permitted; in short, a space where the individual experience the ability of
getting connect, reviving the meaning of life.
While the results of our actions suggest the way we
relate with the world, if it’s not in a harmonious way, it makes possible to
occur a physical disequilibria, as much as a psychic one. Therefore, the work
group allows a change that is very rich in experiences, breaking with stagnations
that the individual build along his existence.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO
--------------------------------------------------------------------------------- 1
2- CAPÍTULO I
GRUPO ------------------------------------------------------------------------------------- 3
3- CAPÍTULO
II
ESTRESSE
---------------------------------------------------------------------------------- 7
4- CAPÍTULO
III
EXPERIÊNCIA PRÁTICA ------------------------------------------------------------------ 12
5- CONSIDERAÇÕES
FINAIS------------------------------------------------------------------ 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
---------------------------------------------------------- 21
INTRODUÇÃO
Estamos vivendo um momento de crise mundial e individual onde há
necessidade do Ser humano se atualizar constantemente, atender às
exigências internas e externas, o que
impera adaptar-se para não viver no caos. A maioria das pessoas acumula
tarefas, vive angustiada num emprego que não gosta e nem sabe por quanto tempo
será capaz de manter, é exigida pelo progresso avassalador, ficando presa aos
avanços da tecnologia, não reserva tempo para relaxar, além das tensões diárias
como conseqüência da violência, o que acaba decorrendo em questões nem sempre
agradáveis quando não recarrega a energia dispendida. A partir desse estilo de
vida, acaba se deparando com o processo de estresse. Às vezes, passa pela vida
sem perceber a si própria, afastando-se cada vez mais do outro e com isso, não
conseguindo viver de uma forma mais plena.
Neste trabalho relataremos a experiência de unir pessoas com
propostas e queixas diversificadas, em grupos distintos, para se trabalhar um
mesmo objetivo: através da interação, do contato, se criar um ambiente propício
à diminuição do nível de estresse, o que será melhor desenvolvido no capítulo
II. Este trabalho visa fazer uma pesquisa qualitativa, baseando-se em dois
grupos, sendo um terapêutico (em co-terapia_) e o outro na área de educação no
Projeto Primeiro Emprego. Tem como hipótese a contribuição do trabalho em grupo
vir a facilitar o tratamento de pessoas com sintomas relacionados ao processo
de estresse, no sentido de diminuir esses sintomas ou mesmo transformá-los.
Será utilizado como embasamento desta pesquisa, a visão da gestalt-terapia.
No grupo terapêutico foram observados alguns sintomas de
desajustes, como crises de ansiedade, movimentos depressivos, alterações de
sono e de humor, além de pensamentos persecutórios. No grupo escolar, algumas
características foram relacionadas à apatia, cansaço recorrente, ansiedade,
crises depressivas, dificuldade no relacionamento interpessoal e na construção
de valores morais.
O interesse pelo tema surgiu do encanto e da mobilização
profissional pelo trabalho com grupos, além da crença na contribuição deste
como um facilitador para questões diversificadas.
A oportunidade do
trabalho em co-terapia no grupo terapêutico se deu pelo prazer da companhia,
por acreditar na união profissional, na possibilidade de experienciar novos
caminhos com outro olhar, além de entender melhor as relações entre o indivíduo
e seu contexto em uma visão mais abrangente, de complementaridade com a co-terapia.
No capítulo I abordaremos o tema grupo com sua diversidade de
significados e propostas. O capítulo II definirá o termo estresse em sua
abrangência, com suas conseqüências positivas e negativas, discriminará as
fases do processo de estresse, a necessidade de adaptação às exigências da
vida, além de formas do indivíduo se reequilibrar. No capítulo III será
relatado o percurso da experiência prática dentro da proposta de trabalho em
grupo, com o objetivo de confirmação da hipótese desta modalidade de trabalho.
CAPÍTULO I : GRUPO
O ser humano vive em grupo desde que nasce, nas suas relações
familiares, de trabalho, de amigos e aprende a desempenhar papéis ligados à
vida em grupo nas diversas situações pelas quais passa. Estas situações, muitas
vezes, exigem atitudes que não condizem com suas próprias características,
levando a um comportamento que acaba por modificar as relações e ressoando em
intensidades diferentes na estrutura do mesmo.
Segundo Kurt Levin, “o comportamento é uma função do campo_ do qual o
indivíduo é parte e não depende do passado e nem do futuro, mas do campo
presente”. Para Jorge Ponciano (1994,
pág 9), “O universo é um grande grupo, cujas partes contêm a magia própria da
individualidade e cujo mistério é também a força propulsora para a unidade
buscada do cotidiano de cada um”. Como
a Gestalt-terapia_ trabalha com o fenômeno, com o presente, cada sujeito no
grupo se coloca a partir de seu referencial interno, de sua história, dando
possibilidade a vários olhares por parte dos membros desse grupo, contribuindo
para que possa perceber seu próprio sentido de vida.
Existem diversos tipos de grupos a serem definidos, porém, em um
significado geral, é a reunião de dois ou mais indivíduos em prol de objetivos
comuns. Cada grupo possui uma dinâmica interna que surge como resultado da
interação e transformação das forças que atuam dentro dele, como um campo
energético com pólos positivos e negativos, onde as diferenças surgem e são
trabalhadas como uma miniatura da vida.
Ele tem leis próprias e com isso, o comportamento dos membros passa do
individual para ser compreendido como uma função do campo, estendendo-se a um
grupo.
Segundo Jorge Ponciano
(1994, pág 10), “O grupo terapêutico é como o rio procurando o mar, como a flor
procurando se transformar em fruto, como a criança crescendo à procura de sua
maturidade”, ou seja, o indivíduo procurando reconfigurar sua história, sempre
em movimento, em busca de desenvolvimento, de novas escolhas. A Teoria
Organísmica_ explica bem essa passagem, à medida que o indivíduo é motivado
constantemente ao crescimento para a realização de seu potencial criativo. Essa
motivação, Goldstein denominou de auto-realização.
No livro “Vivendo e aprendendo com grupos: uma metodologia
construtivista de dinâmica de grupo” (Papagiba, 2001), Madalena Freire que diz
que “Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo (movimento
horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos, projeções e
transferências (movimento vertical) na sucessão da história da sociedade em que
estão inseridos”, ou seja, o grupo é formado levando-se em conta todas as
identidades individuais, com seus respectivos contextos.
A proposta de um grupo terapêutico na abordagem gestáltica, é
facilitar o contato entre os clientes, a relação, é experimentar no aqui-e-agora_. Acredita-se com isso, que o
indivíduo possa ampliar sua awareness_, desenvolver suas potencialidades na
troca, permitindo ver o mundo e a si com os olhos do outro, para se obter uma
vida mais saudável e consciente. Alguns
sentimentos são descobertos e trabalhados; as relações vão tornando-se íntimas,
com possibilidade de se constituírem laços afetivos; as necessidades
tornando-se claras, com o objetivo de se alcançar uma autonomia através da
ampliação da consciência no contato com o outro. Para isso, é importante que se
construa um ambiente acolhedor, onde todos possam se expressar, trocar,
escutar, sentir, se responsabilizar, aprender a lidar com as diferenças, com
suas limitações, a desenvolver o autoconceito, buscar uma lógica interna e
conviver da melhor forma possível. É no processo de comunicação (verbal ou não
verbal) que as pessoas se encontram, que se fazem compreensíveis e que o grupo
trilha seu caminho, pois desenvolverá padrões de comportamento que
representarão o acúmulo de experiências de seus membros. Jorge Ponciano diz que
“O grupo é um treinamento constante de como estar junto, sem perder a própria
identidade e como se separar, sem perder a coesão” (1994, pág 121), integrando
as partes no todo e vice-versa, buscando permanentemente a totalidade. Há o
risco de alguns membros interromperem o trabalho, por não conseguirem lidar com
determinadas situações, ou mesmo não se adaptarem a estar em grupo. Então, pode
se falar de resistência, como “uma tentativa de um ajustamento criativo para
fugir de uma dor maior” (Ponciano, 1994, pág118). É considerada como um mecanismo de defesa, onde o organismo
encontra seu equilíbrio provisório.
De acordo com Ponciano
(1994, págs 179, 180), “O terapeuta de grupo é o profissional do mistério, pois
além de se mover em campos desconhecidos, precisa estar atento às suas
dimensões ocultas, em profundo contato com suas fronteiras_ , com seus limites,
potencialidades, com seu self_ mais profundo”; “Ele é a possibilidade de ver
além dos horizontes, ao passo que a percepção fenomênica é o retorno à coisa
mesma, sem fantasia e sem mistério... É na fronteira entre mistério e realidade
que o contato existencial com o sentido da vida acontece por excelência” . Sensibilidade, autenticidade, segurança,
competência, percepção, humildade, espontaneidade, doação, criatividade e fé,
são algumas características necessárias para que o terapeuta contribua com o
papel de agente transformador e de transformação no grupo. O crescimento do
cliente se dá através da relação com o terapeuta, no “entre” o Eu e o Tu,
estabelecendo como uma relação dialógica_. Buber descreve a Relação Eu-Tu como
“um encontro genuíno entre dois seres únicos, no qual ambos abertamente
respeitam a humanidade essencial do outro, aquilo que faz com que alguém seja
único, irrepetível”, sempre com a possibilidade de superação.
CAPÍTULO II: ESTRESSE
Atualmente o processo de estresse vem sendo um problema enfrentado
por grande parte da população, que pode resultar em diversas formas de
adoecimento, refletindo tanto na vida
pessoal quanto nos relacionamentos com os diversos grupos em que está inserida.
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, o estresse afeta mais de 90% da
população mundial e, a despeito de ser uma epidemia global, não é classificado
como doença.
O termo estresse é utilizado na física para traduzir o grau de
deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. Para
a ciência, é uma forma de resposta do corpo quando se relaciona com certos
agentes externos ou internos,como por exemplo: fadiga, frio, micróbios,
surpresa ou ansiedade. Segundo o médico Hans Selye com suas
primeiras descobertas neste campo em 1952, tem como significado o esforço de
adaptação do organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua
vida e equilíbrio interno, variando de pessoa para pessoa, ou seja, é o
conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite
quando é exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou o faça
muito feliz, se preparando para lidar com as situações que se apresentam.
Porém, acabamos por associá-lo a nervosismo, tensão ou cansaço, como também,
somente a situações negativas. Este termo se tornou tão popular, que passou a
fazer parte de nossas vidas pelas exigências modernas e necessidade de
constantes atualizações. Podemos incluir como conseqüências positivas, as
situações que produzem sensações de prazer como uma notícia boa, viagem
esperada ou paixão. Neste caso, o organismo produz adrenalina que dá ânimo e
energia, fazendo o indivíduo produzir mais e ser mais criativo. Como
conseqüência negativa, é quando se esgota essa capacidade de adaptação do
indivíduo, podendo gerar alterações indesejáveis. Com isso, o organismo fica
com falta de nutrientes e a energia mental reduzida, sendo a produtividade
prejudicada e podendo vir a adoecer. O
ideal é que o indivíduo aprenda a gerenciar a fase de alerta de forma
eficiente, para que o organismo entre em homeostase após este período e possa
se recuperar.
Hans Selye propôs um padrão de comportamento que é conhecido
como SAG (Síndrome de Adaptação Geral) que é dividido em três fases
interdependentes:
A 1ª fase é a de Alarme ( É o estágio inicial. É quando o corpo e
todo o metabolismo sofrem uma aceleração diante de um estímulo (condição)
estressor (a). Como exemplos: engarrafamento, vida afetiva em
desequilíbrio, beijo, nova paixão, emprego novo tão desejado, intensa competição,
assalto, cirurgia. O organismo entra em estado de alerta para se proteger do
perigo percebido, dando prioridade aos órgãos de defesa, ataque ou fuga. O
organismo voltará à situação de equilíbrio (homeostase), se o indivíduo
conseguir lidar com o(s) estímulo(s) estressor(es) ou eliminá-lo(s). Porém, se
o estímulo persistir sendo entendido como estressor e o indivíduo não conseguir
se reequilibrar, poderá evoluir para as outras fases do processo de estresse.
A 2ª fase é a de Resistência ou Estresse Contínuo ( É o período no
qual o indivíduo procura se adaptar ao estresse. Há uma liberação exagerada de
adrenalina, sofrendo um desgaste de energia necessário à manutenção do estado
de alerta para ajustar-se à nova situação. E com isso, há uma mobilização de energia
muito grande, que acaba acarretando conseqüências como cansaço, lapsos de
memória, diminuição do apetite sexual, impotência, aumento do número de abortos
espontâneos.
A 3ª fase é a de Exaustão ou Esgotamento ( Ocorre se o(s)
estímulo(s) estressor(es) permanece(m)
e o indivíduo é incapaz de manter o nível de resistência, podendo causar sérios
danos, aumentar a intensidade dos sintomas ou mesmo a morte. Há uma queda na
imunidade e o surgimento da maioria das doenças, como por exemplo: hipertensão,
diabetes, enxaqueca, psoríase, problemas respiratórios, alterações do sono e do
peso, bruxismo, fobias, depressão. Se a doença for entendida como mensagem,
pode ser muito bem aproveitada, pois servirá como um momento de parada e
reflexão para se avaliar a forma de estar no mundo; um caminho para a resolução
dos problemas.
Em resumo, o estresse provoca uma necessidade de adaptação do
organismo, onde acaba requerendo um esforço físico e mental. Se este processo
permanecer por muito tempo, o organismo alcança a fase de resistência. Se não
for revertido, chega próximo à exaustão, causando problemas como gastrite,
queda de cabelo, falhas de memória, depressão episódica, ansiedade, crises de pânico, entre outros. O estresse
pode tanto proteger o indivíduo no alerta a situações de perigo, como também,
prejudicar no caso de sobrecarga. Em
algumas situações o indivíduo vive o que chamamos de Estresse Agudo, quando é
incapaz de lidar com situações muito intensas para ele e tende a reações que
geralmente o afastam da realidade como desorientação, diminuição da atenção,
estreitamento do campo da consciência, agitação, hiperatividade e amnésia.
Cada organismo possui uma habilidade interna para se relacionar
com situações provocadoras de estresse, que estará sujeita a variações
dependendo da personalidade de cada indivíduo, estado de saúde, estilo de vida,
crenças, predisposição genética e experiências anteriores. Este organismo, por
sua vez, é único e desenvolve um padrão próprio de resposta às exigências
internas e externas. Alguns indivíduos lidam bem com os estímulos estressores,
se adaptam, outros por viverem em velocidade acelerada, podem adquirir alguns sintomas
psicossomáticos, desencadeando uma desordem no corpo e no psiquismo. É
necessário que o indivíduo esteja atento tanto à forma de lidar com as
adversidades e conflitos, quanto de estabelecer prioridades na sua vida,
observando seus desejos e respeitando seus limites, para que assim, se mantenha
de forma harmônica.
Alguns hábitos podem contribuir para uma melhor interação do
indivíduo com o meio em que vive, como atividades físicas e corporais;
trabalhos com música e teatro; desenvolvimento das habilidades e
potencialidades; alimentos mais saudáveis; tempo para lazer; contato social e
psicoterapia, ajudando-o a se recarregar e estabelecer um equilíbrio para uma
melhor qualidade de vida.
A psicoterapia em uma abordagem gestáltica fundamenta-se no
aqui-e-agora, auxiliando o indivíduo a ampliar sua percepção, levando-o a
buscar formas de modificar seu contexto ou aprender a conviver com o mesmo. Seu
objetivo é de que o sujeito aprenda com os sintomas, à medida que percebe como
está atuando no mundo, como anda se desequilibrando e com uma forma criativa,
consiga se reequilibrar. Dentro desta abordagem, os sinais e sintomas
manifestos são busca de equilíbrio, de adaptação do organismo, porém, de uma
forma não muitas vezes saudável.
Alguns fatores podem ser indicadores de que o processo de
estresse está se instaurando, como irritabilidade; dificuldade de concentração;
explosões emocionais desproporcionais ao acontecimento; alta de colesterol e
triglicerídeos; aumento no consumo de tranqüilizantes, cigarro, café e álcool;
constipação; nó na garganta; dores difusas; dores de cabeça sem causa
determinada; queda na produtividade; cansaço constante; taquicardia; músculos
tensos (que provocam muita dor na nuca e nas costas); mãos frias e suadas;
vagos sentimentos de medo, angústia e insegurança (sem um agressor
determinado); insônia; hipertensão arterial; problemas digestivos,
dermatológicos e cardiovasculares.
Desta forma, é necessário que se desenvolva habilidades para lidar com
os momentos da vida, ou modificá-los, a fim de se evitar um futuro colapso.
Sempre que uma situação exige de nós uma decisão, uma ação
imediata, é a tensão interna ou mesmo a pressão exterior que nos obriga a fazer
alguma coisa. Assim, entre a tensão e a ação, o organismo está em processo de
estresse. Logo que a resposta é dada e segue-se a satisfação, tudo volta ao
equilíbrio. Porém, quando a resposta não satisfaz ao próprio sujeito, inicia-se
um círculo vicioso ansiedade ( estresse ( ansiedade. Quando a ansiedade é
exagerada, a forma em lidar com as situações se torna ineficaz e mais difícil.
A este processo de entrar em contato com algo, tomar consciência, mobilizar
energia para a realização do que se deseja, agir, repousar e contato com novas
sensações, denomina-se Ciclo de Contato. Uma vez esse repouso interrompido, a
energia mobilizada ficará retida até que surja outra oportunidade de utilizá-la,
porém, é necessário atenção para que se perceba o quanto essa interrupção pode
ser prejudicial.
CAPÍTULO III: EXPERIÊNCIA PRÁTICA
Este capítulo aborda a experiência prática do tema pesquisado,
utilizando como base dois grupos distintos, sendo um realizado em consultório
psicoterápico denominado de Grupo Terapêutico e o outro em um Projeto Social
idealizado pelo Governo Federal (Programa Primeiro Emprego) realizado em uma
comunidade da zona norte da Cidade do Rio de Janeiro.
O grupo terapêutico foi
estruturado por duas psicólogas a partir da
indicação para atendimento em grupo a alguns clientes que encontravam-se
em atendimento individual. Optaram por este contorno por acreditarem em uma
troca mais significativa com possibilidade de reconfigurações diversificadas e
em maior agilidade de desenvolvimento das demandas. O atendimento aconteceu em
co-terapia dentro do IGT - Instituto de Gestalt-terapia e Atendimento Familiar,
tendo seu início em dezembro de 2004 com um encontro semanal de 1h e 30 min.
cada, sendo composto inicialmente por três moças e um rapaz. Este grupo foi escolhido para o estudo que
realizarei neste trabalho, pois seus componentes tinham em comum, sintomas
marcantes relacionados a um processo prolongado de estresse que descreverei
abaixo mais especificamente. Estarei
delimitando o período de seis meses de duração do grupo, entre dezembro de 2004
e junho de 2005, embora o grupo ainda permaneça em andamento.
O grupo do projeto social era composto por duas turmas com 20
jovens cada entre homens e mulheres, com idade que variava dos 16 aos 24
anos. O objetivo era promover a criação de mais e melhores oportunidades
de trabalho, emprego e renda a jovens em situação de maior vulnerabilidade ou
risco social e pessoal. Estes jovens
não tem acesso ao Sistema Nacional de Emprego, possuem renda mensal per cápita
de até meio salário mínimo e contam com baixa escolaridade. Este trabalho é
composto por uma equipe de educadores ministrando diversas disciplinas como
Matemática, Língua Portuguesa, Informática, Direitos Humanos, Cidadania, Meio
Ambiente e Empreendedorismo Social.
Contam também, com matérias comportamentais que ficam a cargo de um
profissional de psicologia e que trabalham o Relacionamento Interpessoal,
Orientação Profissional, Desenvolvimento de Competências e Estratégias de Relacionamento com os
Clientes. Durante os encontros são observados e trabalhados aspectos como:
relacionamento interpessoal, auto-estima, tolerância à frustração, capacidade
de ouvir, respeito ao próximo, agressividade, controle emocional,
responsabilidade, esforço pessoal, autoconfiança, cuidado pessoal,
criatividade, iniciativa, dentre outros. Este projeto social tem uma proposta
diferente da proposta curricular tradicional, sendo voltada a uma forma
dinâmica de transmissão de conhecimentos e de ampliar a capacidade dos alunos
em perceber a sua forma de se colocar no mundo, nas relações interpessoais.
Para este trabalho utilizarei como referência um período de quatro meses, entre
abril e julho de 2005, a dois grupos com estas características.
Tanto o grupo terapêutico quanto o escolar, foram marcados por
um início de integração, com dinâmicas onde cada um pode falar um pouco de si,
estabelecendo um contato inicial. Nestes, foram estabelecidas regras através de
um contrato que versa sobre itens como forma de trabalho, horário, faltas,
desmarcações (para o grupo terapêutico), sigilo, número máximo de componentes,
e entrada e saída de membros sempre que se fizer necessário ao longo do
processo. Como é muito comum em grupos, os primeiros encontros foram marcados
por pequenas exposições e recuos, encontros, desencontros, cuidado, medo da entrega e invasão ao outro, num
processo de experimentar e descobrir situações novas, que com o tempo
ajustam-se como os movimentos de uma valsa.
Funciona tal como uma miniatura da vida social, onde o contato e a
relação têm um sentido fundamental no trabalho de grupo.
A composição do grupo terapêutico se deu da seguinte forma: X,
mulher, 24 anos, chegou ao grupo após ter tido outras experiências terapêuticas
nos últimos quatro anos. Sua queixa inicial era dificuldade no relacionamento
interpessoal, em se colocar e compartilhar suas questões internas. Alegava que
estava tendendo a se isolar do mundo e de seus pares. Não estava conseguindo
lidar com os estímulos estressores, o que gerava ansiedade e como conseqüência,
o aparecimento de sintomas físicos como alergias, gripes recorrentes,
comportamentos repetitivos (que acabavam por machucá-la), isolamento social e
alterações no sono (insônias). Após
seis meses de atendimento, podemos observar mudanças significativas: hoje seu
sono está normalizado; tem grupo social ligado à Universidade, com o qual
realiza passeios de acordo com sua faixa etária; apresenta autonomia relativa,
podendo tomar decisões em relação à família; está conseguindo valorizar seu
potencial profissional, tendo optado por abrir mão do emprego que não a estava
satisfazendo e, além disso, trazia inúmeros estímulos estressores. Hoje se diz
mais segura nas entrevistas de emprego, tendo se permitido dizer “não” a uma
oportunidade que não considerou adequada. Neste momento, tende a se preservar
nos relacionamentos afetivos, no sentido de não se relacionar com qualquer
pessoa. Apresenta também, mudanças significativas em sua aparência, estando
melhor vestida e maquiada constantemente. Atualmente, está podendo rir de
situações vivenciadas, sem preocupação de estar sendo correspondida em suas
expectativas. O que se pode perceber é que a possibilidade de troca, dar e
receber feedback, a experiência de ser ouvida e de ouvir percepções diferentes
e o confronto com outros membros do grupo, propiciaram a possibilidade de se
colocar, nem sempre sendo aceita, porém, dentro de um contexto respeitoso.
Y, mulher, 21 anos, iniciou atendimento com queixa ligada ao
relacionamento afetivo em desequilíbrio, onde suas escolhas não resultavam em
felicidade. Tinha sido casada e a relação se desfez após um ano, tendo ficado
este período, estacionada em suas atividades habituais. Voltou para a casa de
sua mãe, com quem seu relacionamento era instável, pois se sentia submissa as
suas regras. Apresentava dificuldade em dar continuidade às atividades
propostas. Com essa forma de viver, sentia uma grande apatia, além de variações
de humor, o que lhe causava muita angústia.
Interrompeu o tratamento após três meses, mas mesmo com o curto período,
conseguiu resignificar alguns conceitos, como romper definitivamente o contato
com o ex-marido, o que lhe proporcionou conforto emocional e prestar vestibular
e ser aprovada no curso escolhido. O horário compatibilizava com o da
psicoterapia e por este motivo, foi preciso interromper o trabalho de
grupo. Pode experimentar uma melhor
forma de se colocar com mais segurança em assuntos familiares, o que gerou um
ambiente mais harmônico. A troca com o grupo e a possibilidade de ser chamada à
responsabilidade, porém, de forma respeitosa, foram pontos que contribuíram
para que pudesse olhar sua forma de agir no mundo com mais atenção.
Z, mulher, 22 anos,
chegou com uma forte queixa de pensamentos persecutórios ligados à morte, o que
lhe causava grande desgaste físico e emocional. Mencionava dificuldade de estabilidade no relacionamento afetivo
de 4 anos, que tinha como conseqüência algumas separações. Apresentava
características de agitação e tendia a se
sobrecarregar. Problemas
familiares também eram origem de grande desgaste. Fez uso de medicamentos por um pequeno tempo, o que acabou por
propiciar um cotidiano mais tranqüilo. As contribuições do trabalho de grupo se
deram no sentido de facilitar a percepção de si e do outro, à medida que
experienciou falar mais de suas emoções,
melhorar sua escuta, ouvir uma
outra pessoa relatar experiência semelhante, além da vivência de dar e receber
feedback. Pode experimentar se colocar
de uma forma mais segura em seus relacionamentos afetivo e familiar e escolher
melhor suas companhias, percebendo que
não lidava bem com suas fronteiras e limites, passando a estabelecer
prioridades em sua vida.
W, homem, 40 anos, teve como queixa inicial fortes crises de
ansiedade (síndrome do pânico), o que o limitava bastante em sua vida, uma vez
que passou a apresentar medo de lugares fechados como túnel e metrô. Viveu
momentos de luto pela doença do pai e posteriormente perda, o que lhe
proporcionou grande desgaste físico e emocional. Mencionava um relacionamento
afetivo empobrecido, além de questões familiares e profissionais mal
resolvidas. Passou a fazer acompanhamento psiquiátrico, o que o ajudou a
restabelecer seus compromissos. Com o trabalho em grupo, exercitou falar mais
de seus sentimentos e a compreender a forma de estabelecer suas relações. Os
trabalhos de conscientização corporal facilitaram com que conhecesse mais o seu
corpo e seus limites. Pode fazer a opção de romper uma sociedade profissional,
a qual estava lhe proporcionando momentos bem desagradáveis e iniciar um
trabalho autônomo. Com isso, começou a
perceber a função do sintoma de pânico em sua vida.
O grupo do projeto social iniciou com certa resistência às
regras estabelecidas; dificuldades em lidar com impasses e com a escolha
profissional; problemas nos relacionamentos interpessoais, no respeito ao outro
e em expressar seus sentimentos e necessidades; baixa auto-estima;
agressividade exacerbada; desconhecimento de direitos e deveres; valores morais
invertidos; pouca perspectiva de mundo e de objetivos, além de medo da entrega
em sentimentos e relações. Com tudo
isso, agregados vários sintomas psicossomáticos, o que parecia uma dificuldade
em lidar com os estímulos estressores. Apatia, problemas respiratórios
recorrentes, dores de cabeça, alterações no peso e sono, sintomas cognitivos
como dificuldade de aprendizagem e de concentração, depressão, ansiedade,
cansaço sem causa específica, além da agitação, faziam parte dos sintomas
referenciados. Após o período de
trabalho diário com os diversos educadores, um vínculo de afetividade foi sendo
estabelecido, inicialmente por parte da equipe educadora e posteriormente,
pelos próprios companheiros do grupo. O mesmo foi se percebendo útil;
compreendido; valorizado; com emotividade; disponível a absorver conhecimentos
e a se doar; aberto a buscar novos caminhos, ao respeito e tolerância; além da
disponibilidade às intervenções. Grande parte do grupo passou a apresentar uma
nova forma de olhar o mundo. Alguns sintomas físicos e psíquicos foram
diminuindo, outros se
tornando fundo_ até
desaparecerem, enfim, a maioria foi se apropriando de seus sentimentos, o que
contribuiu para que suas vidas fossem se reconfigurando, estabelecendo uma
melhor qualidade de vida. Ficou nítido por parte dos educadores, que o grupo
foi melhorando a auto-estima, o que facilitou o contato entre os educadores e os
próprios companheiros de turma. Passou
a existir por parte dos jovens, um desejo de estar ali no grupo, onde foram
demonstrando uma melhor saúde física e psíquica, após o período de trabalho.
Aconteceu de apresentarem dificuldade
quanto ao rompimento do projeto, solicitando uma carga horária maior, o que
não foi possível.
Os dois grupos foram se auto-regulando, se ajustando a seu
potencial criativo e a seus limites, restabelecendo novas formas de convivência
e respeitando a singularidade do outro. Assim, tiveram a oportunidade de
exercitar outros formatos de olhar o mundo e a si próprios, experimentar novos
sentimentos, procurando aprender com os sintomas. Com isso, tentaram buscar uma
maneira mais funcional de agir no mundo, ou seja, de restabelecer a saúde.
Puderam se experimentar em outros vínculos, compartilhar histórias, trocar
experiências, passando a agir com mais autonomia, buscando assim, um equilíbrio
entre o organismo e o meio. Luciana Cavanellas traduz bem essa questão em seu
artigo (Grupo Terapêutico na Abordagem Gestáltica: uma experiência que já se
permite contar, 1997, pág 80) quando comenta que “Ao longo do processo, o que
se pode ouvir é o som de melodias mais harmônicas, baseadas na afinação dos
instrumentos e no entrosamento dos músicos, diante da regência de um maestro
interessado e atento à orquestra. Chega-se a um ponto em que não é fácil
distinguir quem conduz o espetáculo; parece que todos se deixam levar pela
música produzida no encontro de seus talentos e habilidades. Uma música que
continua a tocar...”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicoterapia de grupo facilita o contato com o outro, o
exercício de estar em relação, com possibilidade de ampliar a awarness. Com
isso, respeitar as diferenças e limitações, experimentar novos vínculos,
compreender a forma de lidar no mundo, modificando seu contexto ou aprendendo a
conviver com o mesmo de forma mais equilibrada, fazem parte da riqueza que o
trabalho de grupo proporciona. É um processo, muitas das vezes, doloroso na
descoberta das fraquezas e cristalizações, porém de grande contribuição para o
autoconhecimento.
Os grupos puderam perceber a importância do contato com eles
mesmos e com o outro, estabelecer prioridades diante da vida, além de trabalhar
a expressão de seus sentimentos. O grupo do projeto social pode se perceber
além das disciplinas oferecidas ao absorverem valores que poderão resignificar
suas vidas.
O objetivo deste estudo foi alcançado, à medida que os sintomas
relacionados aos estímulos estressores foram diminuindo, gerando mudanças
significativas nos componentes do grupo terapêutico e na maioria do projeto
social. Este estudo contribuiu para confirmar a hipótese de que a possibilidade
da troca em trabalhos de grupo podem facilitar o tratamento de pessoas com
sintomas relacionados ao processo de estresse.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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gestáltica. Revista VIII do Encontro Goiano de Abordagem Gestáltica.
BUBER, M. Eu e Tu. São Paulo: Editora Martins, 1979.
CAVANELLAS, Luciana Bicalho. Presença: Revista Vita de
Gestalt-terapia. Ano III, nº 4, 1997.
MARTINS, A.E.O. Cliente, terapeuta e terapias. Vitória: F.C.A. A
, 1990.
PAPAGIBA, Maria Carmen, FILÁRTIGA, Virgínia. Vivendo e
aprendendo com grupos: uma metodologia construtivista de dinâmica de grupo. RJ:
DP&A, 2001.
POLSTER, Erving, Miriam Polster: (tradução de Sônia Augusto).
Gestalt-terapia Integrada. São Paulo: Summus Editorial, 2001.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia: O processo grupal: uma
abordagem fenomenológica da teoria do campo e holística. São Paulo: Summus
Editorial, 1994.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia: refazendo um caminho.
São Paulo: Summus, 1985.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. O ciclo do contato: temas básicos na
abordagem gestáltica. São Paulo:
Summus, 1997.
RODRIGUES, Hugo Elídio. Introdução à gestalt-terapia:
conversando sobre os fundamentos da
abordagem gestáltica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
TELLEGEN, Therese A. Gestalt e grupos: uma perspectiva
sistêmica. São Paulo: Summus, 1984.
ZINKER, Joseph C. A busca da elegância em psicoterapia: uma
abordagem gestáltica com casais, famílias e sistemas íntimos. (tradução Sônia
Augusto). São Paulo: Summus, 2001.
_ Trabalho realizado com mais de um terapeuta, com o objetivo de
ampliar e complementar a visão do que está sendo observado.
_ Formado pelo indivíduo e pelo meio no qual está inserido. Ele
é compreendido a partir das relações estabelecidas dos que o compõem.
_ É uma abordagem psicológica baseada no Humanismo,
Existencialismo, na Fenomenologia e nas Filosofias orientais, que busca ampliar
a percepção que o sujeito tem de si próprio.
_ O indivíduo é um todo unificado, como um campo integrado em
sentimentos, sensações, emoções e imagens. O organismo é uma só unidade e não
pode ser compreendido pelo estudo das partes isoladas.
_ “É a totalidade da experiência do indivíduo. A vivência
imediata representa o momento de entrada na realidade, contem a chave do
passado e do futuro e responde às questões mais sutis de como o tempo se
concretiza e o espaço se temporaliza” (Ribeiro, 1994, pág 22).
_ ”É uma forma de experienciar. É o processo de estar em contato
vigilante com o evento mais importante do campo indivíduo/ambiente, com total
apoio sensório-motor, emocional, cognitivo e energético” (Ribeiro, 1998, págs
30, 215).
_ Local de troca, onde
se dá a relação entre o indivíduo e o meio externo, que não pertence nem ao
indivíduo nem ao meio, mas que se caracteriza pela dinâmica da interação entre
eles.
_ “O complexo sistema de contatos necessários para o ajustamento
nas dificuldades do meio. É composto pelas seguintes estruturas: Id
(necessidades), Ego (quem age) e Personalidade (a imagem que vai sendo criada
pelas escolhas que vou fazendo para meu crescimento)”. (Perls, 1980)
_ É desenvolver uma postura relacional, em busca de um contato mútuo,
que é a base terapêutica. “... É aceitar e confirmar a pessoa do outro e todas
as suas resistências... É viver EU-TU e EU-ISSO na relação...” (Amorim, Teresa
Cristina G. W)
_ Dentro de um todo percebido, uma parte do estímulo é a figura
e a outra parte que recua, é o fundo.